Capítulo 07 - Últimos Capítulos

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— Então vá embora e nunca mais volte. Você acha que me importo? — disse Sakura em voz alta, pois não havia ninguém mais no apartamento para argumentar contra. Sasuke estava fora há três dias. Três longos e solitários dias. Setenta e duas horas. Quatro mil, trezentos e vinte minutos.
As noites eram piores. Ela virava-se na cama o tempo todo, tentando dormir. Uma vez, fora ao quarto de Sasuke e, embora a cama não tivesse sido consertada, tentara adormecer ali. Mas não funcionou. O cheiro masculino pairava no ar, parecendo impregnado na roupa de cama e provocando-a mais ainda.
Então, naquela manhã, Itachi chegara com uma mensagem de Sasuke. Suas reuniões durariam pelo menos uma semana mais. Itachi fora muito solícito, oferecendo-se para ir às compras com ela, ou providenciar tarefas. Sakura sentiu-se grata, mas não era Itachi que queria.

— Você podia, pelo menos, ter ligado e me dado a notícia pessoalmente — continuou ela em voz alta que ressonava pelo apartamento.

Ela até mesmo checara o telefone para ver se estava fora da base. Não estava. Muito bem, se aquela era a maneira que Sasuke queria as coisas, dois podiam jogar o jogo.
Ela tirou o telefone do gancho e disse:

— Agora tente ligar, Sasuke. Veja se me importo.

Se ele tentasse, poderia imaginar com quem ela estava falando. Será que estou ficando louca?, perguntou-se e voltou a pôr no gancho.
Decidida, virou-se e ficou de costas para o aparelho.
Não se importaria nem um pouco se o sr. Sasuke Uchiha ligaria ou não. Oh, a quem estava enganando?
Aquilo a estava deixando louca. Precisava fazer qualquer coisa para ocupar a mente. Indo para a cozinha, encheu uma jarra com água e levou-a para a sala de estar, regando o primeiro vaso de planta que viu.

— Não se esqueça de regar minhas plantas — ela imitou a voz de Sasuke. Este fora o único outro recado que Itachi lhe transmitira.

Quando ela pensou o quão amorosamente regara as plantas na primeira semana, ficou furiosa. Ela fizera um trabalho cuidadoso, dando atenção a cada planta individualmente, conversando com elas. Algo que sabia que Sasuke jamais fizera. Na verdade, nunca o vira regando as plantas. Se não fosse por ela, certamente todas morreriam. E agora ele mandava aquele recado totalmente dispensável.
O toque estridente do telefone a alarmou. Ela correu para atender, mas não o fez antes de respirar fundo.

— Alô?
— Olá, Saky. Acabei de voltar da cidade e ligue para saber como está indo sua vida de casada.
— Oh, alô, Ino.
— Nossa, vejo que adorou minha ligação — zombou sua amiga.
— Sinto muito. Acho que não estou nos meus melhores dias. Sasuke está fora da cidade e estou me sentindo um pouco solitária.
— Então, você está sentindo falta de Sasuke?
— Não é bem assim — retrucou Sakura, rapidamente. — Quando você está acostumada com alguém vivendo a seu lado, mesmo se não gosta dessa pessoa, uma casa quieta pode parecer um pouco... estranha.
— Você tem certeza que é só isso?
— Sim, absoluta.

Sakura suspirou aliviada em silêncio, quando notou que a amiga acreditara na sua explicação.
Tão logo pôde, concluiu a conversa.
Se Ino soubesse tudo que acontecera entre ela e Sasuke, teria perguntado muito mais coisas.
Sakura estava certa de que mais alguns dias e Sasuke estaria de volta. Nesse ínterim, tinha que descobrir algo que combatesse seu enfado.

— Itachi, por favor, você tem que me ajudar.
— São sete horas da manhã. Quem fala? — perguntou com voz sonolenta.
— Sou eu, Sakura.

Instantaneamente, a voz dele mudou:

— Você está bem? Feriu-se? O que aconteceu?
— Não, não é nada disso. Mas você tem que me ajudar.

Ela fungou, esperando para dizer-lhe o que aconteceu, mas quando as lágrimas começaram, não pode interrompê-las.

— Não tive a intenção... eu pensei que... oh, Itachi, é tão horrível.
— Tente ficar calma. Estou indo para aí. Preciso chamar uma ambulância?
— Não. Não se trata do bebê, é...
— Estarei aí dentro de poucos minutos. Não se preocupe com nada.

Destinos entrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora