Por um momento, Sakura não conseguia falar. Então, de repente, explodiu como um vulcão em erupção:
— O que você está fazendo na minha cama?
A voz dele, rouca pelo sono, saiu preguiçosa:
— Eu é que pergunto, o que você está fazendo na minha cama?
— Sua cama! Quero que você saiba...Sakura parou quando seu olhar percorreu o ambiente do quarto. Era escuro, com mobília pesada, em vez das peças avulsas mal combinadas que estavam no seu próprio quarto. Cortinas verde-musgo cobriam as janelas, em vez das de renda que ela arrematara numa liquidação.
Aquele não era seu quarto, aquela não era sua cama e... Ela olhou para o homem a seu lado na cama. Então puxou as cobertas para proteger o corpo.— Se você acha...
Antes que Sakura pudesse terminar, a porta do quarto abriu-se. Ela ficou boquiaberta quando uma ruiva alta, elegantemente vestida, irrompeu no quarto.
— Karin! — disse o homem a seu lado.
— Bem, pelo menos você se recorda do meu nome. Aparentemente, esqueceu-se de que hoje é o dia de nosso casamento.O olhar dela percorreu com insolência a figura de Sakura, mas imediatamente descartou-a, como se ela fosse insignificante. Sakura sentou-se na cama, tendo o cuidado de manter o lençol apertado junto ao peito. Conhecia bem o tipo de Karin. Unhas feitas e pintadas, cabelos penteados, roupa de grife, maquiagem exagerada e meias de seda cobrindo as pernas esbeltas e bem delineadas.
Sakura a detestou. Mulherzinha artificial e vulgar.
Karin tinha uma expressão exasperada na face.— Suponho que posso lhe perdoar por esta pequena indiscrição, Sasuke. Afinal, não estamos casados ainda, e tudo indica que você jamais verá esta... esta mulher outra vez. Pois, claro, ela não é de nossa classe social.
"Que ousadia!", pensou Sakura fuzilando a outra mulher com os olhos. Aquela bruxa refinada certamente merecia uma lição. Sakura não era do tipo de mulher que levava desaforo para casa.
— Mas, Sasuke, querido — murmurou Sakura com doçura, virando-se para ele. A face de Sasuke tinha uma expressão de total espanto. — Você prometeu que continuaríamos nos vendo, mesmo depois que estiver casado. Lembra-se? Você disse que sua futura esposa era tão fria que podia fazer o deserto do Saara congelar e que paixão era uma palavra que ela nunca ouvira.
— Não sei o que você está tentando fazer... — começou ele.Karin o interrompeu.
— Bem, se é assim que você se sente em relação a mim, pode esquecer o casamento e ficar na cama com sua... amante.
Girando nos saltos altíssimos, ela saiu pela porta como um vendaval.
— Karin!
Sasuke começou a levantar-se, puxando o lençol com ele, deixando Sakura completamente descoberta. Ela puxou o lençol de volta para si.
— Dê-me o lençol — ordenou ele por entre os dentes.
Ela meneou a cabeça.
Ele puxou-o com força.
Ela puxou com mais força ainda, sempre tentando cobrir os seios.— De modo algum, seu grosso — disse ela.
— Se bem me lembro, você não foi assim tão recatada a noite passada — declarou ele com sarcasmo.
— Como você se atreve?Ele avançou para ela, parando a apenas alguns centímetros de distância.
O homem tinha o rosto mais sexy que ela jamais vira, mesmo tão zangado quanto parecia estar no momento.— Quem você pensa que é? — perguntou ele. — Não devia ter mentido para Karin, fazendo-a pensar que somos amantes. Agora, quero algumas respostas, rapidamente.
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Destinos entrelaçados
FanfictionA única coisa que Sakura Haruno se lembra da festa da noite anterior é de ter pulado para fora de um ridículo bolo de três andares, usando uma igualmente ridícula fantasia, tudo para conseguir pagar o aluguel atrasado. Depois disso, as memórias fica...