— O que está escrito aí? — perguntou Sasuke, estranhando a expressão na face de Sakura.
— Oh, nada — replicou ela, tentando um sorriso. — Quem é bobo de acreditar num pedaço de papel enfiado dentro de um biscoito?Mulheres grávidas eram definitivamente estranhas, pensou Sasuke.
Ou talvez fosse somente ela. Ele supôs que realmente não importava. O que importava era a criança que carregava. Seu filho.
— A propósito, não acho uma boa idéia você dirigir aquela... — ele quase disse "lata velha" — ...seu carro — corrigiu a tempo.
Ela parou de mastigar o pedaço de biscoito. Definitivamente, ele não simpatizava com seu carrinho azul.
— Você tem que admitir que seu carro parece não ser capaz de dar a volta no quarteirão — redarguiu na defensiva do olhar que ela lhe dirigira. Pigarreando, tentou explicar seus motivos: — Agora que você está carregando nosso filho, eu preferiria que não mais dirigisse, entende?
Sakura dobrou o guardanapo com cuidado e colocou-o ao lado do prato.
—Você quer meus sapatos também?
— Seus... o quê?
— Não é assim que um homem antiquado, démodé, como dizem os franceses, acha que uma mulher deve ser? Descalça e grávida. "Mantenha a mulherzinha em casa. Tão mais fácil para ela ficar longe de problemas".Sasuke começou a rir. Não podia se conter. Sakura estava longe de ser um tipo de mulher subserviente. Ela ergueu o queixo e cruzou os braços em frente do peito. A batida rítmica de seus pés debaixo da mesa quase o fez perder o controle.
— Você me entendeu errado — murmurou ele. — Pensei que você poderia gostar de dirigir o BMW.
Ela descruzou os braços e a batida frenética parou.
Nossa, como estava bonita com aquele olhar de confusão na face.
Ele tinha que se lembrar de deixá-la confusa mais vezes.— E você, o que dirigirá? — indagou ela.
— Tenho um outro carro. Deixarei as chaves no aparador do hall, caso você queira ir a algum lugar. O BMW está a sua disposição. É todo seu.Ele hesitou, porém, notando o constrangimento dela por ter julgado mal as suas intenções, rendeu-se.
— Ouça, sei que você está atravessando um período de ajustamento. Pense que será somente por alguns meses. Depois do nascimento de nosso bebê, você pode voltar para seu próprio apartamento. As únicas vezes que me verá serão quando eu pegar a criança.
Meu Deus, o que ele fizera? Em vez de fazê-la sentir-se melhor, Sakura parecia que ia chorar. Que Deus o ajudasse. Ou não conseguiria conviver com uma mulher grávida pelos próximos sete meses.
Ela era, com certeza, diferente de qualquer mulher que conhecera. A única vez que Karin mostrara alguma emoção foi quando o pegou na cama com Sakura. Sua noiva anterior conservava os sentimentos para si mesma.
Uma mulher chorando na frente de Sasuke o deixava perdido. E ele temia que estivesse prestes a ter uma mulher histérica nas mãos. Era melhor pensar em alguma coisa real, rapidamente.— Olhe, se falei algo que a aborreceu, peço desculpas.
Ele sorriu, mesmo que não tivesse idéia de que estava se desculpando, mas o sorriso desapareceu quando notou um brilho de lágrimas não derramadas refletido nos olhos dela. Ela fungou e o lábio inferior começou a tremer.
— Você — o corpo dela se sacudia inteiro —, você não me quer aqui.
— Se eu não a quisesse aqui, por que insistiria que se mudasse para cá? — apontou ele, exasperado.
— Por causa do bebê.
— Ouça, você está extenuada. Por que não se deita por um momento?
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Destinos entrelaçados
FanfictionA única coisa que Sakura Haruno se lembra da festa da noite anterior é de ter pulado para fora de um ridículo bolo de três andares, usando uma igualmente ridícula fantasia, tudo para conseguir pagar o aluguel atrasado. Depois disso, as memórias fica...