Capítulo 1

975 153 25
                                    

Oi amores! 

Espero que tenham gostado do capítulo anterior. Os meninos vão ter que organizar a vida deles, caso aceitem acatar o último pedido do pai. 

A princípio os capítulos serão postado nos dias: Segunda, Quarta e Sexta, podendo ter um extra no final de semana. 

Não deixem de curtir e comentar, e também não deixem de acompanhar a história dos outros irmãos nos perfis das autoras.

@AnneKSilva @Lis_Santos02 @mari_sales

Mil beijos

#### SEM REVISÃO ####


Lucas

Duas semanas desde a leitura do testamento havia se passado, e eu não conseguia tirar a merda da reunião da cabeça. Mesmo focado nos investimentos dessa semana, eu não conseguia parar de pensar no pai.

Ele lutou por anos para manter o grupo LS de pé. Ralou para fazer nome e por algum motivo tudo estava se ruino. Finalmente abri o e-mail que recebi no mesmo dia que aconteceu a reunião informando qual loja fui designado e ri debochado de mim mesmo por estar cogitando a hipótese de ir conhecê-la. Em anexo uma planilha contendo, as despesas e entradas dos últimos meses.

Não iria passar apertado com aquelas planilhas, afinal era formado em economia, amava trabalhar com números.

Cliquei para imprimir e completei minha dose de uísque enquanto a máquina realizava o trabalho dela. Bebi um gole e deslizei o dedo pela carta que ficava em cima da minha mesa.

Segundos depois me vi pesquisando pela loja Casa Oliveira móveis e eletrodomésticos na internet para saber onde ficava localizada. Sempre fui desinteressado pelo empreendimento do meu pai e me envergonhava dizer que sabia apenas a localização de uma delas que era na cidade que morei até meus vinte e quatro anos. Assim que me formei, decidi sair de São Paulo e fui para Rio de Janeiro. O único motivo específico era ficar mais perto do mar, e com apoio do meu pai comprei um apartamento no Leblon.

E para minha surpresa a loja que estava sob a minha responsabilidade, ficava na cidade que eu morava e em um shopping. Peguei os papeis da impressora e analise por cima a receita deles. Mais transparente que água limpa, era nítido a decadência daquela loja.

Como meu pai deixou a loja chegar a esse ponto?

Respirei fundo.

Que merda eu estava fazendo? Ele não nos obrigou a fazer algo pela empresa, poderia me livrar dela e voltar a focar nos meus investimentos que conseguia controlar de onde eu estivesse. Meus olhos voltaram para a carta dobrada em cima da mesa.

— Merda! — gritei frustrado.

Meu pai morreu!

Porra!

Ele havia prometido a passar o próximo feriado aqui na minha casa.

As lágrimas voltaram aos meus olhos. Mesmo que eu não quisesse chorar, era em vão. O aperto em meu peito ao me lembrar que eu não o tinha mais, doía de mais.

Aproveitei muito ao seu lado e quando me mudei, uma vez no mês eu ia visita-lo.

Desliguei o computador e larguei os papeis em cima da carta. Não sabia por onde começar, não era o momento de esquentar a cabeça. Levantei pronto para fazer o que vinha fazendo desde que voltei para o Rio após sua morte. Peguei o blazer na cadeira, chaves e carteira e desci para o estacionamento do prédio.

Não deveria dirigir, pois tinha ingerido bebida alcoólica, mas naquele momento eu precisava sair de casa. Cheguei ao bar do Leo por volta das cinco da tarde, algumas pessoas estavam saindo do trabalho, outras indo e outras ainda no expediente, mas eu estava lá, pronto para esquecer os sentimentos que me machucavam.

— Uma cerveja, por favor. — sentei-me no banco do balcão e pedi ao barman.

Leo estava em uma ligação, apenas olhou para mim e meneou a cabeça em cumprimento.

— Dia ruim, meu amigo? — desligou o celular e se concentrou em pegar a bebida da mão do funcionário e me entregar.

— Final ruim.

Colocou a garrafa no balcão e segurou sem me entregar, mesmo que minha mão já estivesse nela.

— Vai com calma. — soltou, cruzou os braços e me encarou.

Conhecia Leo, há três anos. Seu bar foi o primeiro barzinho que encontrei quando me mudei para a cidade e desde então vinha sempre aqui. Ele tinha vinte e sete anos, assim como eu e decidiu abrir o bar depois que se formou em Educação Física e não encontrou nada na aérea que valesse a pena financeiramente.

— Como foi abrir o bar?

Leo parecia demonstrou confuso com minha pergunta, pois ele já havia me contado toda sua trajetória.

— Não foi fácil, mas como eu precisava de grana e eu gostava de drinques variados... o resto é história e você já sabe.

— Eu sei. — bufei, virando a garrafa de cerveja na boca. — Você que pensou em tudo? Esse negócio, sabe. Arrumação. Fachada. Estoque.

— Que abrir um bar também? Eu te ajudo.

— Não.

Sorri debochado. Passei a mão no cabelo bagunçando-o como se aquele gesto fosse me manter calmo. A porra do aperto no coração estava mais forte naquela noite.

— Me dá outra cerveja.

O movimento do bar aumentou e Leo teve que dividir sua atenção, me concentrei apenas em beber para anestesiar a dor daquela noite. Notei muitas mulheres olhando para mim, aceitei os flertes descaradamente enquanto me decidia se levaria alguma delas para uma cama. 

Lucas - Filhos de Lamartine Santos  ( DEGUSTAÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora