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É fácil culpar quem explode e grita, mas quem destila veneno em silêncio, passa por inocente... cuidado toda cobra é silenciosa🐍
*****

Nem acredito, eu me declaro para ele e como ele está? Trocando número com aquela professora que até onde eu sei é casada.
Ficar naquela aula estava sendo meu martírio, ainda mais quando as lembranças de mais cedo voltava na minha mente.
*
A aula chegou ao fim e eu pude enfim sair daquela sala, interceptada no meio do caminho pela Maby, aguardávamos o elevador.
Eu estava chateada! Como ele ousa dizer que não se interessa por pessoas como eu? Isso era o cúmulo.
Quando o elevador chegou, mais duas pessoas gritou para mim segurar o elevador, era o professor Murilo, acompanhado da sonsa da Clarissa.
Ao se aproximar do elevador, foi bruscamente interrompida no caminhar por minha querida amiga.

1×0 para a Maby. Entendi no mesmo momento a sua intenção ao ver a professora totalmente confusa olhando de mim para o Professor.

- Professora, que bom que eu te encontrei.- olhou para mim já dentro do elevador e piscando um olho continuou - Pode ir amiga, logo mais eu te encontro, tenho assuntos a tratar com a Clara- voltando seu olhar para a professora prosseguiu- Não é mesmo Prof!?

- Maby eu preciso ir...- interrompida por minha amiga que completou.

- Que isso Professora? Preciso de você nesse momento.- disse uma Maby desafiadora- Vamos.

Nem deu tempo para aquela mocréia responder.

O professor olhou para mim com um olhar decepcionado e naquele momento eu soube o porque. Que dia meu Deus, que dia!

Adentrando no elevador o Professor não dirigiu se quer uma palavra a minha pessoa. Solicitei o primeiro andar e as portas se fechou, mas meu desespero começou quando um barulho estranho se fez presente e o elevador começou a diminuir a velocidade.

-Aaaaaa eu não acredito que estou preso nesse elevador com essa louca- o Professor gritou me deixando chocada pelo fato de eu estar quieta em meu canto e ele dirigir essas palavras a mim.- Tudo menos isso!

- Reclama porque é comigo mas se fosse com aquela loira de farmácia não estava assim né?- me aproximei dele sem conseguir evitar.- Assume logo que está tendo um caso com uma mulher casada- falei totalmente irritada.

-Se eu estiver não será a você que vou dever satisfações, se coloque no seu lugar.- anunciou ele também irritado.

-Então é verdade? Não esperava isso de você.- falei com muita raiva de mim mesma por querer fraquejar nesse momento e querer desistir dele por vê que ele já tem outra mulher em sua vida- Olhe ao seu redor e irá encontrar outras mulheres lindas e solteiras, ai não vai precisar cobiçar a mulher de outro- já tinha perdido a postura mesmo, aproveitei que estava próximo a ele arranhei minha boca na dele- Eu sou linda merda, olha para mim.

Ele me afastou bruscamente e eu encontrei fúria em seu olhar.

-Não ousa nunca mais fazer isso garota, te processo por assédio e além do mais eu vou ter que desenhar que eu não quero você? Presta atenção e não se aproxime de mim novamente.

-Me processar parece loucura de sua parte, foi apenas um toque- estava magoada novamente, manteria essa luta.- Assume professor, está com medo do meu toque porque sentiu e gostou dele, está com medo de eu fazer valer o que te falei na biblioteca não é mesmo?- tentei mudar o rumo da história ao meu favor e naquele momento não resisti em vê-lo tão próximo a mim e ao mesmo tempo tão longe; o beijei.

De início ele tentou me afastar, mas eu não cedi, quando para minha alegria ele entreabriu a boca e eu não dei mole, enfiei minha língua naquela boca que eu estava sonhando a tempos. Surpresa eu fiquei quando a mão dele pousou em minha cintura, rapidamente saquei que ele queria me afastar com aquele ato, enfiei meus dedos entre seus cabelos e acariciei, ele então se esqueceu do que iria fazer é correspondeu ao meu beijo.
Que delícia de beijo.
Durou até eu precisar de ar.
Ele me afastou, suavemente, mas sem emoção nem uma em seu rosto.

- Foi tão ruim assim?- caramba, eu achei que ele tivesse curtido aquele momento só nosso- Diz alguma coisa por favor.

- Satisfeita garota, sanou esse seu capricho de criança mimada? Isso que aconteceu aqui não significou nada para mim, entenda isso!-disse ele- Agora, já que você se declara tanto mulher se comporte como tal!

-Mais...Mais...Você me correspondeu, eu senti. -estava doendo aquilo- Não é possível que eu me enganei tanto assim ao ponto de delirar até que você me beijou de volta.

- Fiz isso por pena de você, já que fez de tudo para que isso acontecesse.

Será que era muita vergonha eu chorar nesse momento? Porque está difícil segurar essa dor que me encobriu!
Esgotada por esse dia de hoje eu resolvi me calar, acho que já fui humilhada o suficiente para alguém que estava tão decidida. Minha vontade de desistir no mesmo dia era enorme.
Me virei para frente aguardando voltar o funcionamento desse maldito elevador.
1 hora, 2 horas, 3 horas, 4 horas e nada.
Já tinha sentado no chão do elevador por minhas pernas estarem a doer, sem me atrever a olhar para o dono de meus pensamentos. 

Estava sentindo frio e também estava com fome, e naquele momento me lembrei que ele estava com um blase que aplacaria meu frio mas nem morta falaria qualquer coisa.

Eles nos esqueceram.

Lembrei do meu celular e mandei mensagem para Maby:
"Elevador quebrou e ninguém veio ajudar a gente"

Rapidamente fui respondida:
"Amiga sua louca, tem noção da hora, não tem mais ninguém ai não, achei que já estivesse em casa. Lamento te informar mas só sairá daí amanhã, aproveita que está com seu gato, tchau, Boa noite"

Estava triste
Então agora eu poderia chorar?

Um ser amorOnde histórias criam vida. Descubra agora