Eu quero poder falar com palavras bonitas pra que todo mundo me entenda, mas também quero dizer só com o cansaço no olhar o que você tem pra ouvir:
A gente roda a vida toda pra sempre voltar aqui — eu e ela
que eu nem sei mais o que é.Achava que era parte escondida de mim: recanto da realidade pra ser preservado a base de leitura amadora e café sem açúcar.
Mas não era e nunca foi.
Era eu o tempo todo, que mesmo dividida em uma duas ou sei lá quantos milhões, permanecia.Se eu procurar bem no fundo ainda acho minha essência: é profundidade mascarada e ira interpretada.
Porque raiva eu sinto, mas desloco muito bem qualquer que seja a reação.De canto a gente se esconde e mesmo correndo vai pelas laterais.
Olho pro céu uma ou duas vezes por dia e então me contento com a prisão.Nunca vôo,
sempre canto.Será que a gente é pássaro que perdeu a asa por não saber voar?
Mas quem de nós voaria
se temos tanto medo de altura?
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Prosa e também poesia
Poésie(ou porque eu nunca consigo manter a linha reta e contínua)