Eu sou a tempestade

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Nome da arte: Quando acordar [2020]

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Nome da arte: Quando acordar [2020]

Antes de ser trovão,
Eu fui raios.
E antes dos clarões,
Eu fui a tempestade.
Antes de me desaguar no mar,
Fui rio fluido.
Antes dessa fluidez,
Eu fui gruta
E antes fui chuva.

As águas que me molham,
Antes fora eu
E antes fora tudo o que foi
E será o que virá;
As águas que me coam
Antes eram o cheiro a pairar,
Antes, o balanço do mar,
Agora, só o mormaço.

As águas que em mim respingam,
Antes era eu em outra vida
Laço apertado nas feridas
Presente da deusa e Orixás.

As águas que me atordoam,
Agora lavam as minhas escritas,
Antes disso minha vida
E agora o meu caminhar.

Antes do balanço do mar
Eu sou vento,
Tempestade no relento
Sozinho no balançar.

Antes de ser barulho nas folhas,
Eu sou a calma, a gritaria, a poça d'água no meio fio a secar.

Antes de ser água,
Eu sou o que mata a sede no teu corpo transbordar
Antes de ser lava, a alma grita
E pede calma antes de se aprofundar
E com o sol me vou mais leve parto às pressas,
Cores carrego e deixo as vidas
Tenho pressa para retornar
E descobri o que será no infinito
Me transformar.

Palíndromos (ou Apocalipse)Onde histórias criam vida. Descubra agora