— Hey, Kyungsoo. Para com isso, ok? Deve ter um monte de garota te querendo, vai dar tudo certo!
Eu não fazia ideia de como consolar alguém naquele tipo de situação, então dei meu melhor, mesmo parecendo superficial. Quando terminei minha garrafa e me despedi de ambos dizendo que iria para dentro de casa, Chanyeol também comentou com Kyungsoo que estava com sono e iria pedir para o motorista levá-lo em casa, ou seja, acabou entrando comigo.
Terminei de montar meu sanduíche e, na primeira mordida, fui novamente interrompido pela presença do ruivo na cozinha. Espero conseguir terminar esse sanduíche, meu estômago está implorando.
— Quem diria, huh? Byun Baekhyun e Do Kyungsoo se conhecendo. — Ele soltou um riso soprado e sentou ao balcão, encostando os cotovelos no mármore. Ao meu lado.
— Quem diria digo eu. Tanto tempo se passou e você aí, caidinho pelo Do.
— Isso é ciúme? — Soltei uma risada ao ouví-lo, tendo que deixar a comida no prato para encará-lo.
— Ciúme? Não, só estou impressionado. Esse coração de pedra não é tão duro assim, no fim das contas.
Chanyeol revirou os olhos e tomou o sanduíche das minhas mãos. Quase chorei ali mesmo. Depois de uma mordida, me devolveu e tomou rumo para sair do cômodo. Até estranhei, achei que seria mais perturbado por ele. Sorte a minha, então.
❧
Após estar satisfeito, limpei tudo como se não houvesse feito nada, a cozinha permanecia perfeita. Andei até a suíte do meu quarto e escovei os dentes, pronto para passar a noite sem sono lendo alguma coisa. Ao olhar meu rosto no reflexo do espelho, observei alguns sinais pontilhados em meu rosto, eram tão simples e tão... Eu. Deslizei os dedos pelo cantinho da boca, pescoço, ombro... Estavam em todo lugar. Fazia tempo que não prestava atenção em detalhes que me deixavam bonito.
Saí do banheiro com um sorriso fraco nos lábios. Este que sumiu em segundos quando percebi que a luz do quarto estava apagada e um certo rapaz alto fazia-se penumbra em minha cama.
— Chanyeol, você pode sair da minha cama? Eu disse lá fora que iria dormir.
— Vem aqui, Baek.
— Eu vou. Assim que você sair.
— Eu só preciso de uma companhia... Achei que me ajudaria se eu dissesse que preciso de você agora.
De fato, eu não negaria se ele precisasse da minha ajuda. Principalmente após descobrir que até Chanyeol sofre por amor. As feições más são apenas uma casca para esconder os verdadeiros sentimentos dele.
Pensei bastante nos segundos em que fiquei em pé observando-o, mas decidi acreditar no ruivo. Com um suspiro profundo, deitei-me na cama espaçosa, apesar de ser de solteiro. Tomando uma distância segura do Park, claro.
— Você... Precisa conversar?
— Não.
— Você pode, se quiser. Nós já fomos muito amigos, eu tenho um carinho especial por você e respeito seu momen...
As palavras fugiram da minha boca assim que senti um de seus braços passarem pela minha barriga. Agora ele estava de lado e eu, tentando encarar o teto, mas a falta de claridade dificultava tudo. Era exatamente esse o problema. Não tinha como se concentrar em outra coisa, porque o centro de toda a minha atenção era a aproximação de Chanyeol.
— Eu não estou afim de ouvir discursos, só quero você, Baekhyun.
— Chanyeol, olha, eu estou te oferecendo um lugar acolhedor em mim porque sei que deve ser difícil gostar de quem não sente o mesmo e... Porra. — Acabei soltando em frustração e surpresa quando, novamente, seu toque me desconcentrou inteiro.
Os lábios molhados dele prenderam-se em meu pescoço e, em contraste com a temperatura de minha pele, a língua quentinha beijou lento o local extremamente sensível, fazendo-me juntar as pernas por puro reflexo.
— Não se preocupe, eu não vou tentar te convencer a dar pra mim hoje e aqui. — Como se lêsse meus pensamentos por causa da última vez que tivemos contato físico, ele comentou soltando aquele sopro quente de seus lábios. — Decidi que nós só vamos transar quando você pedir. Hoje eu só quero te dar uns amassos, Baekhyun.
— Idiota, eu nunca vou pedir isso, nem se fosse meu último desejo antes de morrer. — Minha voz falhava e eu senti raiva de mim mesmo por transparecer estar tão suscetível.
— Uhum, sei bem. Agora vira pra mim...
Como sempre, não entendi porque eu o fiz. Talvez Chanyeol tivesse o dom de despertar em mim a coragem de fazer todas as minhas vontades do momento, mesmo quando sabendo que a consciência gritaria no dia seguinte.
Assim que virei o corpo de lado, vi um pouquinho do rosto bonito do Park, assim como parte dos fios avermelhados que reluziam com a lua.
— Agora você vai trazer o Byun Baekhyun de antes. Aquele filho da puta que esfregava a bunda em mim sem pudor algum e depois fingia que nada tinha acontecido. É você quem vai me beijar, doutor.
Com um sorriso sacana nos lábios, Chanyeol me encarou. E esperou. Se não fosse eu, ninguém mais seria.
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SUPER HOMO | ↺
FanfictionChanyeol é um youtuber que precisa de coisas novas para o canal e, por isso, decide realizar o desafio de um fã: ❝ Yeol, trolla algum amigo seu dizendo que é gay e dá em cima dele. ❞