Capítulo 12

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Olá, boa noite/dia/ tarde! Gostaria de me desculpar pela demora em postar os capítulos, tive e estou tendo problemas de cunho pessoal e, com isso, não tenho muito tempo para atualizar! Espero que compreendam!
Desejo uma boa leitura, b0i0l4s!

ANA P.O.V

As roupas rasgadas da minha esposa se espalhavam pelo chão. A casa estava em ruínas. Eu havia perdido completamente o controle.

E funcionou.

Jogada em meio àquelas roupas encharcadas de suor, àquela pilha de escombros empoeirados, não conseguia lembrar a última vez em que eu me senti assim, nas nuvens.

Quer dizer, lembrava, sim.

Aquela primeira vez.

— Olá, forasteira — sussurrei.

Vitória sorriu.

— Olá pra você também.

— Nada mal...

— Nada mal... — ela repetiu. Depois simulou uma arma com a mão, passou o dedo indicador entre os meus seios e desenhou pequenos círculos em torno do meu coração. — Eu devia ter matado você há muito tempo...

Levantei uma sobrancelha e disse:

— Então me mata de novo.

Com um rugido, ela me tomou nos braços, e então nos entregamos a um beijo delicioso e molhado, agora sem nenhuma pressa, um beijo que dizia: "Não estamos mortas, e ainda temos pela frente uma vida inteira de possibilidades."

De repente, nao me contive e comecei a rir. Vitória se afastou e olhou para mim.

— O que foi?

— Estou pensando no que os vizinhos diriam se vissem o estado atual da nossa casa dos sonhos.

Olhando uma para a outra, irrompemos num acesso de riso, daqueles que parecem vir do fundo do estômago. Vitória ficou de pé e me ajudou a levantar.
Numa valsa maluca, começamos a rodopiar pela sala, chutando os destroços e gritando como duas crianças num parque de diversões.

Vitória desfez o nosso abraço e me tomou pela mão; juntas, deixamos aquela desordem para trás e subimos as escadas em direção ao nosso quarto.

Um casal como outro qualquer.  A sra. e a sra. Caetano Falcão.

Fizemos amor como recém-casadas.

E vimos estrelas.

VITÓRIA P.O.V

Pouco antes do amanhecer, morrendo de fome, desci até o que ainda sobrava da nossa cozinha.

A geladeira estava bem vazia; a caixa de cereais, cheia de furos. Infelizmente, nem a torta de limão havia sobrevivido. Mas eu estava acostumada a improvisar.

Como em Bogotá.

Assoviando baixinho, peguei o que precisava no cesto furado e logo preparei uma salada de frutas que faria bonito em qualquer hotel estrelado do planeta.

Quando levantei os olhos, vi Ana sorrindo para mim no vão da porta.

Ela estava linda... Tão doce, tão tocável... Já não se viam ali a dona-de-casa perfeita nem a assassina profissional. No lugar delas, Ana. Apenas uma mulher.

Minha mulher.

Quanto tempo fazia que eu não olhava para ela, de verdade, sob a Luz da manhã?

Tivemos de rir diante do absurdo da situação: nós duas ali, juntas, no meio daquele caos.

E então ela se jogou nos meus braços.

Sra & Sra. Caetano FalcãoOnde histórias criam vida. Descubra agora