Capítulo 15

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E vamos de quarentena?
Meu pedido para que lavem as mãos e evitem aglomerações continua! Se cuidem, meus b0iol4s!

Desejo uma boa leitura!

ANA P.O.V

Então saímos vivas daquela enrascada. Não sei se por causa, ou apesar, do nosso trabalho em equipe.

E depois?

Tantas mentiras... O casamento dele, os meus pais... Que chances nós ainda teríamos como um casal?

Na noite anterior eu chegara a achar que finalmente havíamos nos reencontrado. Mas a realidade mostrou as suas garras logo na manhã seguinte, e agora eu já não sabia de mais nada.

Às vezes as coisas se quebram de tal forma que inviabilizam qualquer possibilidade de reparo.

Vitória e eu olhamos uma para a outra e depois para a rodovia.

— Alguma sugestão para o café da manhã? — perguntei.

— Deixei minha carteira em casa.

— A gente pode voltar — sugeri.

Vitória olhou para mim e, visivelmente triste, fez que não com a cabeça.

É, ela tinha razão.

VITÓRIA P.O.V

Quando apareci na lanchonete, Felipe estava tão entretido com a montanha de comida à sua frente que sequer notou minha presença.

Só me viu quando levantou a cabeça do balcão para conferir alguma coisa no chão.

— Vitória! — ele disse. — Puxa, até que enfim!

— Bom dia, Felipe.

Ele me pegou pelo braço e foi logo perguntando:

— E então, eliminou a perua?

Fiz um sinal para ele, indicando que não estávamos sozinhos.

Sentada no banco ao meu lado, Ana sorriu para Felipe com uma gentileza que ele certamente não merecia.

Acho que foi a primeira vez que vi o cara enrubescer.

— Bem, deixa eu me corrigir...

Mas Ana foi direto ao assunto.

— Felipe, nós temos um probleminha.

— Não, não — ele retrucou com sarcasmo. — Os viciados em crack têm um probleminha. Vocês duas... Como posso dizer... — Felipe girava a mão no ar como se procurasse palavras para descrever um vinho raro. — Vocês duas estão fodidas!

Não era exatamente isso que eu gostaria de ter ouvido.

— Pode ser — falei.

— Pode ser? — exclamou Felipe. — Todo o nosso pessoal está atrás de você, cara! E provavelmente o pessoal dela também!

— Mas você, não — observei.

Felipe balançou a cabeça e voltou a atenção para a bomba calórica à sua frente.

— Hoje estou fazendo uma espécie de operação tartaruga, se é que você me entende — ele resmungou. — Pelos velhos tempos. E você me deve uma grana, eu acho.

A garçonete parou ao nosso lado e, sorrindo ao mesmo tempo que mascava uma bolota de chiclete, perguntou:

— E aí, vão pedir alguma coisa?

— Um waffle com manteiga e a metade de um mamãozinho — respondi.

— E algumas torradas de pão de centeio para a senhorita.

Sra & Sra. Caetano FalcãoOnde histórias criam vida. Descubra agora