Capítulo 1

174 17 8
                                    

Quando os seus pais morreram e praticamente todos os seus bens foram roubados por uma tia distante e gananciosa, Alice, com 15 anos, passou a viver numa casa abandonada, mas em não tão más condições como a maioria. Com ela, viviam os seus irmãos mais novos: Raphael de 5 anos e Mia de 3 anos.

Durante dois anos viveram assim, até que alguém pertencente a um grupo de traficantes humanos e de órgãos descobriu que eles estavam sozinhos e enviou pessoas para os raptar. Afinal eles eram as vítimas perfeitas, não havia ninguém para dar pela falta deles.

Foi num dia, depois de um banho num rio junto à casa, que Alice percebeu que algo se passava. Aquela zona era silenciosa, mas não tanto assim. Seguindo o que os seus instintos diziam, pegou nas poucas roupas que tinham e nos seus irmãos e saíram por um buraco existente na parede traseira da casa. Depois de se afastarem um pouco, Alice percebeu que se não tivesse ouvido o seu instinto, tinham sido apanhados, quando alguns homens arrombaram a porta da casa onde "vivia".

Quando pensou que estavam salvos, um dos homens viu-os e, depois de avisar os outros, correu atrás das crianças.

Alice não sabia para onde estava a ir, só sabia que tinha de salvar os irmãos e rápido, o menino já estava a ficar cansado de correr e a menina agarrava-se ao seu pescoço como se a sua vida dependesse disso, e dependia.

Quando olhou para trás e viu o homem quase a alcançá-los, virou abruptamente para a direita, na rua pela qual corria, e deu de caras com um portão enorme que servia de entrada para um palacete. Sabia que não tinha escolha senão entrar naquele sítio, apesar de os evitar por medo de chamarem a polícia e lhe tirarem os irmãos. Aproveitou que o portão estava quase a fechar, para se precipitar para dentro com as crianças. Assim que passaram, o portão fechou atrás deles, deixando-os a salvo por algum tempo.

O plano de Alice era esperar junto ao portão por algumas horas, esperando que ninguém os visse, e saíssem quando a costa estivesse livre, mas os seus planos mudaram em instantes.

De um carro, que ainda não tinha notado por estar a tentar recuperar o fôlego, saiu uma senhora muito elegante e bem vestida.

-Amanda? – questionou a senhora.

Condessa de MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora