Capítulo 16

36 8 4
                                    

Quando Arthur acordou nessa manhã, ainda de olhos fechados, esticou o braço, mas apenas sentiu o lençol fresco ao toque. Teria sido um sonho? Alice aparecendo à sua porta, ela vendo as suas fotografias, a noite que passaram abraçados?

Levantou-se, vestiu-se e quando andou até à porta, pronto para sair, notou um bilhete lá colado.

Descolando-o da porta, voltou para a cama, onde se sentou para ler o bilhete:

"Fico feliz que finalmente acordaste. Hoje levantei-me cedo, antes de todos acordarem e fui, de facto, correr pelos trilhos nos jardins. Aproveitar que tenho todo este terreno à minha disposição. Talvez até ajude o pessoal da cozinha a fazer o pequeno-almoço. Que vai ser panquecas de mirtilo... fiquei com vontade de comer depois da história de ontem.

Bem, despacha-te, estou à espera do meu beijo de bom dia.

Alice.

P.S. - Adorei a nossa noite.

Arthur sorriu com a espontaneidade dela. Logo se lembrou do anel que ainda repousava na caixinha azul, na sua mesa de cabeceira, em vez de no dedo da amada. Esperava que tudo de resolvesse rápido e a pudesse começar a chamar namorada. Suspirando (e notando o quanto estava a fazer isso ultimamente), pôs o bilhete junto à caixa do anel e saiu do quarto.

Ao percorrer os corredores, procurando por alguém, percebeu as risadas que vinham da cozinha. Todos estavam lá, Alice, Raphael, Mia, Rose e Charles. Todos riam e conversavam. Estranhou não ver Eliza, apesar de ser ainda mais estranho vê-la numa cozinha, mas depois de ver as horas deduziu que a mesma ainda estivesse a dormir.

– Bom dia, família. – Pronunciou-se. Todos responderam em uníssono. Aproveitando que Eliza não estava ali, roubou um beijo a Alice quando ela se virou com um prato de panquecas que tinha acabado de fazer na mão. – Também adorei a nossa noite. – Admitiu, percebendo o sorriso dela com a declaração. Logo depois sentaram-se todos à mesa na sala de jantar para comerem as deliciosas panquecas feitas por Alice, fartos de esperar pela duquesa que ainda não tinha saído do quarto.

– Amanda, – Começou Rose a certo ponto da refeição com medo que Eliza chegasse a qualquer momento. - não sei se te contámos, mas amanhã teremos uma festa cá. Já estava marcada há meses e mesmo querendo não a posso desmarcar ou adiar até esta confusão toda passar.  Por mais que eu não me importasse de o fazer. Será apenas com as nossas famílias e alguns amigos mais próximos, mas mesmo assim não poderíamos, alguns vêm de muito longe.

– Não faz mal, Rose. Nem me passaria pela cabeça pedir-vos para trocarem os vossos planos por nossa causa. Não vos pediria para pararem a vossa vida por mim. Na verdade, até gostava de participar se tivesse o que vestir...

– Isso não é um problema! Depois do pequeno-almoço, vou emprestar-te um dos meus vestidos. É antigo, mas é do teu tamanho e é lindo. A menos que te importes.

– Não, claro que não me importo. Decerto que é lindo e irei adorar. Obrigada.

Depois de saírem da mesa, Rose dirigiu-a até ao seu quarto. Já dentro do enorme closet, mesmo no fundo, estava o vestido que Rose lhe tinha falado. Era o vestido mais lindo que Alice já tinha visto. Era de um rosa clarinho, solto e rodado, de manga comprida transparente com brilhantes rosa. Quando o experimentou viu que acabava na altura do joelho. Junto a uma sabrina em tons de branco, era perfeito para uma festa no jardim, tinha-lhe certificado Rose.

– Fica perfeito em ti. – Exclamou, emocionada. – Sabes que mais? Não to vou emprestar, vou dar-to.

– Oh. Não posso aceitar.... Não posso aceitar, Rose. É demasiado lindo.

– Disparate, – Disse Rose, limpando uma lágrima que insistiu em cair. – Vais ficar com ele. Nunca tive uma filha... Adoro os meus filhos, claro, como qualquer mãe ama as suas crianças, mas gostava de também ter tido uma menina. Tu és o mais próximo que tenho de uma filha e eu adoro-te. Se tu e Arthur continuarem a dar-se bem e, um dia, casarem, vou ficar feliz em dizer que és oficialmente da família, mas se isso não acontecer fica a saber que tu e os seus irmãos são parte da família porque o que importa é o coração. Além disso, o vestido fica-te perfeito e um nunca o vou vestir novamente. – Abraçou Alice, que deixou cair algumas lágrimas, era bom sentir-se amada. E aquela família amava-os imenso. 



Olá, leitoras/es! Espero que estejam a gostar da Condessa de Mentira!  Como recompensa por estarem nesta viagem comigo, hoje vem super maratona!!! Preparem-se, estamos quase a chegar ao final desta viagem. Espero que gostem do que vem a seguir! --->>>>>

Condessa de MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora