Condessa de Mentira

Bónus - Mia

BÓNUS PARA OS MEUS AMORES!!! Talvez ainda saia um bónus de Raphael, mas por agora espero que gostem do futuro de Mia. 😘😘❤

Estou extremamente nervosa. Hoje será a minha primeira performance na American Ballet Theatre, em Nova York. Pouco tempo depois da minha irmã Alice se casar com Arthur, recebi uma proposta para ir estudar para a academia, com tudo pago!! Eu sei que a minha irmã agora é rica, mas prefiro não depender dela para tudo. Ela já teve de cuidar durante tantos anos de nós, sozinha, quero que ela se foque agora na família que está a construir e eu tenho de encontrar o meu caminho sem depender dela o tempo todo, então fiquei muito feliz com esta proposta.

A cortina já está levantada e num relance vejo a minha família nas primeiras filas. A minha irmã Alice, o marido Arthur e o seu menino Andrew de poucos meses, o meu irmão Raphael com a sua namorada Sophia que conheceu na universidade, e Rose e Charles. Phillipp e Constance não puderam vir porque a pequena Lilly adoeceu.

Assim que oiço os primeiros acordes da música, esqueço tudo e danço. Todas as pessoas, todos os barulhos exceto a música desaparecem e somos só nós numa sala vazia. Todos estes sentimentos vêm até mim como desde a primeira vez que calcei umas sapatilhas de ballet.

A primeira vez que as calcei foi algumas semanas depois do rapto, por conselho da psicóloga do hospital que me acompanhava. Foi a primeira vez que senti que estava a expressar aquilo que sentia e que guardava para mim, que mostrava às outras pessoas o que se passava dentro de mim e, bem... nunca consegui largar. Quando estou feliz, zangada, confusa, triste, danço. Dispo-me de todo o embaraço e problemas e sinto-me livre, sinto-me viva. Talvez seja por isso que quero sempre dançar. Claro, nunca deixei os estudos de lado, mas a dança era o meu escape.

Das primeiras vezes eram apenas sentimentos de magoa e medo, mas à medida que o tempo foi passando, aprendi a lidar com aquilo que me aconteceu como parte do meu passado, não algo que me definia, e consegui expressar sentimentos mais positivos.

Agora, ali, à frente de todas aquelas pessoas, mas especialmente à frente das pessoas que importam para mim, era tudo. Cada nota, cada passo, contava uma história, a minha história. Cada suspiro, cada salto, expressava cada fala, cada sentimento que me passou pelo coração. E quando a última nota soou e os meus pés pararam, os nossos olhares cruzaram-se e os nossos lábios tocaram-se, senti o início de algo ali. O início de uma nova história, a minha história, um romance ou uma tragedia, com o meu melhor amigo, ali à minha frente, alguém em quem eu confiava quase tanto como na minha família. Podia não acabar com um final feliz, mas seriamos nós a escrevê-la e isso é tudo o que podemos desejar ao final do dia.

- Eu amo-te, Mia.

- Também te amo, Nathan. - Juntámos os nossos lábios novamente, escrevendo a primeira linha da nossa história. O resto? Isso é história para outra altura.