Capítulo 12

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Nádia narrando:

Fiquei totalmente sem reacção depois de ter visto aquilo, pois não contava que o Carlos me faria uma coisa dessas. Não quis esquentara cabeça nem fazer confusão, pois, sabia o quão terrível a Helena era.

Eu dei as costas e ele não veio atrás de mim, vou matar ele.Decidi ir dormir no meu antigo apartamento, pois ainda tinha as chaves.

Eu sabia que foi Helena quem tramou tudo, por isso, não fiquei preocupada, pois se ele quisesse ficar com ela, ficaria faz tempo.

Cheguei no meu antigo apartamento cansada, então decidi tomar um banho antes de dormir.Fui ao banheiro e em seguida liguei o chuveiro. Pequenas gotas de água iam escorregando pelo meu corpo enquanto a minha mente relaxava.

De repente, ouvi um barulho vindo da cozinha. Fiquei com muito medo e coloquei logo a toalha para ir ver o que se passava.Notei que a cadeira da cozinha estava mais afastada da mesa do que quando entrei para o banheiro. Meus batimentos cardíacos aceleraram e comecei a transpirar, eu não sabia o que tinha aí. De repente, ouvi uma um sorriso bizarro, eu conhecia aquela voz, era da velha bruxa maldita.

-Calma Nádia, não entres em panico.-Repetia isso para mim mesma enquanto contava até 10.

-Eu to cansada, não vou fugir mais dela, não tenho medo, eu vou vencer. Falei dentro de mim.

APAREÇA DE UMA VEZ, DIGA O QUE VOCE QUER MAIS DE MIM E ME DEIXE EM PAZ. VOCE JÁ CONSEGUIU OQUE QUERIA? -Gritei com muita raiva e medo.

Saí da cozinha em lentos passos e quando abri a porta para entrar no quarto, encontrei ela sentada na minha cama. Ela me olhava intensamente, como se quisesse me desafiar.Não gritei e nem demonstrei o meu medo, acho que já estava mais do que na hora de acertarmos as contas.

Ela ficou espantada pela forma em que eu fui vagarosamente ter conta. Sem gritos, sem berros e sem choros, sentei-me ao pé dela na e perguntei

-Me diz, ainda não acabou? O que faço para me deixares em paz? Perguntei de forma calma.

-Pensas que simplesmente podes fugir de um pacto, mas não é assim que funciona. Tu ainda és nossa e não irás fugir assim, ou cumpres as regras, ou morres. Não podes fugir porque nós, estamos colados a ti, não importando onde estejas.

Com medo e o coração a tremer aproximei-me da cama, não quis mostrar que estava nervosa, então fui dando passos lentos enquanto ela olhava pra mim e de certeza que estava a perguntar-se o motivo de eu estar a fazer aquilo.

Cheguei perto dela e sentei-me na cama com ela, ela olhou pra mim e não disse nada, mas parecia estar meio intimidada com a coragem que eu tive de a enfrentar dessa forma.

-Então me diga, o que eu tenho que fazer para me deixarem em paz? Perguntei enquanto tirava o copo de água que estava por cima da minha banca.

- Olha, eu tenho líderes, eu sou apenas superior na minha área. Mas eu também já fui como você.Eu era uma jovem ingênua que tudo o que mais queria era ser bonita. Eu sempre sofri muito porque as adolescentes da minha escola eram bonitas e estilosas, diferente de mim, que tinha o corpo totalmente fora do padrão exigido pela sociedade. Era gorda, baixa, cabelo crespo e sofria muito bullying por parte dos meus colegas. Um dia, eu estava cansada de tudo, olhei para o espelho e invoquei o nome dos demônios. Eles vieram, perguntaram se era aquio que eu queria e que a minha escoha seria irreversível. Eu queria ser bonita, nada iria me fazer mudar de ideias.

-Eu fiz o pacto e me tornei na rapariga mais bonita da minha época, todos os homens que olhavam para mim não resistiam, eu tinha um brilho sobrenatural. Fiz muitos sacríficios e paguei preços altos devido isso. Matei pessoas que amo e me arrependi, mas não podia voltar atrás. Fui descoberta pela sociedade e apedrejada até a morte muito tempo depois. Agora a minha alma está presa e devo executar esse trabalho e caçar almas como a tua pra sempre.

Depois de dizer tudo aquilo a velha simplesmente desapareceu,ela deixou um gancho por cima da minha cama e ouvi uma voz no fundo que dizia: Use esse gancho para não seres sempre incomodada e dada como louca.

Depois daquilo eu chorei e joguei-me no chão, arrependida de ter feito tudo o que fiz e querendo acreditar que tudo fosse um mero sonho, mas não. Eu até me fiz de forte e fingi que nada me afectava, mas não dá, eu quero me LIBERTAR.

Abri os olhos com uma luz forte me batendo nos olhos, era a luz do sol. Pois é, eu dormi chorando e nem consegui ir para a cama. Estava tudo mais calmo então decidi ir ter com o Carlos para pedir explicação do que se passou ontem.

Dirijo-me ao banheiro e olho-me ao espelho. Tenho o rosto cansado e cheio de olheiras, mas não há nada que uma simples maquilhagem não resolva. faço a minha higiene matinal e logo em seguida, preparo-me para sair.

Chego a casa do Carlos e o encontro a tomar o pequeno almoço. As empregadas já fizeram.Me aproximo e ele olha pra mim assustado e pensando que eu iria discutir.

-Amor, não foi aquilo que você pensou ontem, eu posso expli... -Interrompo-o com um beijo na boca enquanto falava.

- Sei muito bem qual é o objectivo da Helena, não te preocupes meu amor. Eu fui embora porque não quis me alterar e arranjar uma confusão.

Hoje é o teu dia de descanso, vamos ficar aqui na sala a ver tv.

-Quer que eu faça um chocolate quente pra acompanharmos com pipocas enquanto vemos o filme? Perguntei, enquanto colocava a almofada por baixo da sua cabeça para ele apoiar.

Sim, amor. Mas não te quero cansar, posso encomendar uma pizza e ficarmos aqui à espera. Respondeu ele, enquanto tentava se aconchegar na almofada que eu coloquei por baixo da sua cabeça.

-Não amor, não demoro nada, quero algo que eu faça. Respondi, enquanto me levantava.

Fui à cozinha e coloquei o milho na panela pra fazer a pipoca, enquanto o chocolate fervia.
Dirigi-me ao quarto dele de forma a tirar a roupa pesada e colocar as leves.
Eu gostava das roupas dele e estava sempre a vestir, até porque ficavam-me super bem. Coloquei um calção dele é uma T-shirt, ficavam-me bem largas, mas ele gostava e o mais importante, deixavam-me à vontade.

- Fui à cozinha pegar as pipocas e o chocolate, fui até a sala e ele tinha pegado no sono, acho que estava aborrecido. Sentei-me ao seu lado e acordei-o com um beijo delicado.

-Ah, desculpe, amor. É que você demorou um pouquinho e peguei no sono. Ah, e você tá linda na minha roupa, que gostosa._ Disse enquanto tirava uma pipoca da tigela e elevou até a boca.

Fiquei calada observando como ele comia a pipoca e por instante acabei me perdendo nos pensamentos, de novo.
-Nádia! Estás aqui? Amor, o que se passa, notei que estás estranhas e o teu rosto parece meio cansado. Você teve uma boa noite? Vem aqui_ puxou-me para cima do seu peito e deu-me um beijo na testa.
Eu te amo muito e podes contar comigo para tudo, não quero que fiques triste enquanto eu estiver aqui, eu faço de tudo para te ver feliz_ Disse ele enquanto acariciava o meu cabelo e fazia festinhas.
- Não se passa nada, amor._Respondi.
-O filme vai começar, amor. Apoiei ainda mais a minha cabeça pra mais perto do seu peito e puxei o cobertor com o qual ele estava tapado, queria me tapar também.

Enquanto o filme começava, eu aconcheguei-me e coloquei as minhas pernas junto às dele porque estavam confortavelmente quentes. Ele envolveu-me em um forte abraço e por um momento me senti segura, esqueci dos problemas que me afligiam. Sem dar por conta, acabei caindo no sono no meio do filme e fui acordada com um beijo.
-Sua dorminhoca, você não viu nem o princípio do filme. Disse ele, rindo da minha cara.

-Ah, amor. Desculpe, é que tava meio cansada. Respondi, com um ar de sono e cara de cansaço.

-Eu sei, meu amor. Por isso te deixei dormir, mereces descansar, se quiseres, podes dormir mais um pouquinho. _Respondeu-me e deu- me outro beijo da testa, olhei para ele e sorri consentindo.

Chegamos ao final desse capítulo, obrigada por chegar até aqui e não esqueça de deixar a sua estrelinha aí. Aguardem o próximo capítulo mores, será publicado em breve!

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2020 ⏰

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