Flor a (não) desabrochar

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Dias de sol,
Dias sem luz,
Dias em que a flor,
Aquela flor, ficava sem desabrochar.

Dias de sol,
Dias com luz,
Quando não deixas de brilhar,
Mas a flor, a flor continua sem desabrochar.

Noites de lua crescente,
Noites de lutar.
Tentou e conseguiu,
Conseguiu desabrochar.

Noites de lua cheia,
Noites em que tudo de bom chega
E pede para ficar.
Conseguiu o que queria?

Noites de lua minguante,
Talvez meio vazia...
Era isso que pretendia?
A flor não desabrochou e deixou-se estar.

Noites de lua nova,
Sem luz para me dar.
O tempo levou o muito que tinha
E deixou o pouco ficar.

A flor muito lutou,
Não conseguiu sair da sombra,
Não desabrochou, tentou?
Tentou! Mas por aí ficou.

A flor foi, achou-se, e morreu.
Os dias de sol terminaram
E a flor desistiu,
Desistiu de um sol
Que iluminava e continuou a iluminar.
Mas a flor?
A flor deixou de desabrochar.

O sol sem culpas,
fez um tudo por mudar.
Mas aquela, a flor,
Não dava sinais de melhorar.

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