Segunda de manhã
Abro os olhos a pensar no dia de amanhã,
Com preguiça de sair
Olho ao telemóvel e fico parvo a sorrir.Acordei e vejo que pensou em mim
Fico feliz como alguém que se deitou em cetim,
Tenho de me despachar...
Enfim.Janelas abertas
Primeiros raios solares a entrar,
Casa quente com a frescura da madrugada a penetrar
Outro dia como oferta por aceitar.Faço uma autodescoberta
Por aquele dia não rotineiro
Dou por mim já descoberta
Numa escola género prisioneiro.Noventa minutos em desgraça
Dez minutos em graça
Tão pouco mas com ela tenho paz
Mas ao fim deste intervalo voltamos atrás.Voltamos a algo a que chama-mos aulas,
Dizem que é para aprender
Mas acabo por ter nada para fazer,
Obrigam-nos por necessidade de saber.Ensinam a comer e a vomitar,
É isto que nos faz crescer?
Fico igual apenas por tentar
Por já não haver espaço para engordar.Acaba o dia
Consigo relaxar
Mas para quê stressar?
Se é só comer e vomitar...Pressão é muita
Ainda possível ignorar
Seja a correr ou a andar
Felizmente também tenho a ela
Infelizmente não a consigo aproveitarTerça
E o dia começa,
Manhã pouco produtiva
Com uma tarde pouco concluídaEscola desinteressada
Muitas as matemáticas
Poucas as interessadas
Matérias encavalitadasAula de números em chinês
Depois a língua é português
Mas não saio do mesmo sitio
Serei eu pouco inteligente ou apenas burguês?Tarde grande
Casa livre
Tarde preenchida
Casa vazia.Quarta, mais do mesmo
Fico feliz ou triste?
Fico monstrengo
O cansaço bate forte
Não sei se aguento!Olho além
Não é uma tarde sem ninguém,
Parte boa destes dias
É sem duvida a parte com alguém.Quinta desvairada
Chego de manhã e animais é o que vejo
Uns pequenos, outros grandes
Não sei bem se os desejo.Chamam aquilo de escola,
Mas vejo vacas sem fim
Umas prenhas de leite
E outras sem leite para mimFalas hipócritas,
Hipócrita também o sou
Mas olho para os outros,
Fico morto tal e qual que o meu avô!Sexta feira santa,
Último dia utilmente inútil
Apenas mais um dia para mim
Tudo é igual, tudo tem um fim.
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Derivados de Poesia
PoésieDesabafos de uma alma, de uma vida, do que se quiser, foram sentimentos que foram sentidos sem querer.