Borboleta sem jardim

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Terminando meu banho, coloquei uma bela roupa enquanto enxugava os olhos com a mesma toalha que tinha usado para me secar

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Terminando meu banho, coloquei uma bela roupa enquanto enxugava os olhos com a mesma toalha que tinha usado para me secar. Tinha sido um dia difícil: um candidato com ideológico fascista quase tinha ganhado as eleições naquela mesma noite.

Abri um frasco novo de perfume e borrifei em meu corpo enquanto meus cabelos ainda pingavam no forro da cama. Deitei por um momento enquanto olhava para a luz do teto e esperava um grito da minha mãe – algo como ela sempre fazia. Para minha surpresa, ela sutilmente abriu a porta e perguntou:

- Está pronto? Posso ir para o carro?

Assenti com a cabeça que sim. Peguei meus cigarros, minha carteira e as chaves de casa. Me despedi de meus avós e tios e peguei um lanchinho para a viagem preparado por Maria Lourdes com o maior carinho: uma tapioca com manteiga, orégano e sal, minha preferida.

Entrei no carro e acendi um dos vinte venenos da embalagem. A fumaça saia pela janela enquanto colocava uma canção no rádio:

- É sério que você pretende fumar dentro do carro? – perguntou minha mãe enquanto revirava os olhos.

Eu sorri e joguei o cigarro na rua; não era porque eu fumava que ela e minha irmã precisavam fumar comigo dentro do carro.

***

Chegando na festa, cumprimentei os ali presentes e recebi os parabéns do aniversariante, um amigo de minha mãe:

- Nossssaaaa! Que prazer te ver pessoalmente. Você é igualzinho às fotos – disse enquanto sorria.

Eu, meio sem jeito, apenas agradeci com um sorriso enquanto procurava com os olhos alguns salgados para comer.

Sentado e comendo, comecei a olhar nas redes sociais referente aos resultados eleitorais. Aproveitei o momento para colocar em minha foto de perfil o tema de meu candidato na próxima semana.

Desci as escadas da casa onde ocorria a festa e deixei lágrimas escorrerem enquanto acendia mais um cigarro; ele, o cigarro, era meu companheiro. Um amigo que me matava aos poucos, mas estava ali comigo em momentos difíceis.

Fumei enquanto pensava sobre o que seria da próxima semana. Subi depois de alguns minutos e sentei-me próximo à mesa com a maior concentração de pessoas.

Para minha surpresa, minha foto recentemente alterada havia tido um número de likes absurdo e alguns comentários.

Mas... Um comentário em específico me chamou a atenção:

"Que homem!". Este comentário havia sido feito por um rapaz que havia conhecido quatro anos atrás em grupos da rede social mais famosa da década.

Entrando na brincadeira, reagi a seu comentário e respondi "E ai, sumido! Vamos votar no outro candidato juntos? Hahaha".

Sem nem menos um minuto de atraso, ele respondeu "Vamos casar com a cor do partido dele!". Soltei um sorriso enquanto olhava para o celular e continuei "Meu deus hahah Assim eu me apaixono".

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