Ao lado de Mary e Jeni, acordei. Plenamente decidido de minha escolha, me levantei e dirigi-me à cozinha para preparar o café da manhã. Minha mãe, que havia chegado na noite anterior, estava cansada e precisaria sair comigo rumo ao psicólogo. Optei por levar algo simples na cama e deixar com que ela repusesse suas energias ainda deitada.
Após todos terem comido uma refeição suficiente para começar o dia, demos continuidade arrumando as camas, escovando os dentes e separando nossas coisas. Eram 10H em ponto quando minha mãe saiu do quarto; plena, perfumada e bem vestida, foi em direção às escadas:
- Oi, gente! Bom dia. Tudo bem?
- Bom dia! Tudo ótimo e você? – falaram as meninas.
- Estou ótima! – falou enquanto segurava o corrimão – Vou indo ligar o carro, os espero lá em baixo.
Sem muito mais a dizer, desceu. Poucos minutos depois, pudemos ouvir o barulho do motor após a ignição.
***
Ouvir minha artista preferida no carro com uma série de pessoas dentro dele me deixava desconfortável; sabia que eram melodias mais para baixo, porém, optei por focar na música enquanto íamos em direção ao metrô: minha mãe deixaria Mary e Jeni em frente à estação para que a volta para casa fosse mais tranquila.
Saindo do carro, só souberam agradecer: fosse pela comida ou pela carona, pareciam tão contentes quanto eu. Minha mãe, acenando com a mão, fixava o olhar no retorno.
***
- Mamãe, eu queria falar com você – disse enquanto abaixava o volume do som.
- Diga.
- O Miguel me ligou ontem à noite. Tive uma crise e as meninas vieram para cá para ter certeza de que eu ficaria bem – continuei -. Ele comentou que está com medo de passar Natal sozinho, sabe?
- Sério, John? Poxa... Sei lá, a mãe dele não pode ir antes? Ou ele vem para cá, passa o natal aqui e depois volta – falou ela -. Avise que será um prazer recebe-lo caso ele opte por passar esse momento conosco.
- Não, mamãe... Ele trabalha. Eu pensei um pouco diferente.
Focada no transito, apenas soltou um "Ai meu Deus" enquanto respirou fundo:
- Eu acho que vou para a Itália passar o Natal – concluí sem concluir nada.
Uma freada brusca foi a reação de minha mãe naquele momento – tanto pelo sinal vermelho quanto pela notícia:
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A História Que Me Sobrou
RomansaNo final de contas, as histórias sempre são o que sobram nas nossas vidas. Podemos sofrer com elas, lutar contra elas, ou simplesmente aprender. Claro que Johnathan - eu mesmo - jamais imaginaria a história que estaria por vir em sua vida. Com apen...