Tempestades nem sempre são previsíveis

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Enquanto muitos de nós ainda dormimos, o sol começa a aparecer de forma tímida no céu

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Enquanto muitos de nós ainda dormimos, o sol começa a aparecer de forma tímida no céu. Seus primeiros raios trazem consigo um tom alaranjado que começa a pintar o horizonte de forma sutil. Poucas horas depois, o ápice: quando a estrela alcança o "meio-dia", rodeada por tons de azul que contrastam com as nuvens e suas curiosas formas.

Mas, nem tudo é eterno.

Tempestades podem facilmente estragar dias e momentos. Nuvens fechando o tempo apagam a beleza de uma manhã em poucos minutos. É algo horrível, mas, quase sempre, bem previsível.

Contudo, esse é o ciclo natural das coisas. Como valorizaríamos os belos dias se os feios não existissem? Acreditem: o canto de passarinhos se torna ainda mais belo depois da chuva.

Mas, existe um outro tipo de tempestade. Uma da qual mal ouvimos falar. Esse temporal arrasta multidões todos os dias. É capaz de levar embora sua casa, seu trabalho, seus amigos, sua família, e... Até você mesmo. Tudo isso numa fração de segundos.

Assim como os cientistas nomeiam os furacões, eu estava prestes a descobrir o nome desse tipo de temporal.

***

Adiantado como sempre, cheguei ao trabalho naquela manhã. Um belo abraço em meus colegas e um sorriso de canto a canto parecia uma excelente maneira de começar o dia.

Eu adorava meu trabalho mais do que tudo. Não é qualquer jovem de 18 anos que consegue trabalhar em um banco, sabia? Bem, eu sabia disso bem, e por isso valorizava muito o que eu um dia tinha pedido para ter.

Para minha sorte, minha amiga do fundamental trabalhava na mesma empresa que eu. Nos víamos todas as tardes no horário de almoço e tínhamos o mesmo caminho para chegar na faculdade – até porque também estudávamos no mesmo polo. Aline e eu sempre éramos vistos juntos porque realmente gostávamos da companhia um do outro.

***

A faculdade era igualmente prazerosa. Eu não tinha muitos amigos, e Aline tinha outro foco - fazendo outro curso. Mesmo assim, me divertia muito nas aulas, e a aptidão em matemática me auxiliava naquilo que tinha escolhido para ser minha vida: ciências contábeis.

No meio daquela aula de direito com um calor insuportável, saí para lavar o rosto. Caminhei com meus sapatos sociais pelo corredor mau iluminado até o banheiro, onde banhei a face a até parte dos longos cabelos em água gelada. Coloquei novamente os óculos, dei uma ajeitada no chumaço capilar que caiu em meu rosto, me olhei no espelho e disse:

- Que feião.

Pois é, eu não tinha uma autoestima das melhores. Apesar de tudo, saí rindo de mim mesmo enquanto desabotoava um dos botões de minha camiseta.

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