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O MENINO DE OLHOS CINZAS
POINT OF VIEW
𝐴𝑏𝑖𝑔𝑎𝑖𝑙 𝐺𝑖𝑣𝑒𝑛𝑠 {1971}
A ventania fresca daquela manhã de começo de setembro alcançava os longos cabelos castanhos escuros, que balançavam lentamente à medida em que a jovem corria pelo vasto campo. Um dos meses favoritos da jovem Abigail, ela apreciava o agradável clima daquela época e o que ele proporciona-a, visitas a sua avó, tardes preenchidas por conversas sobre histórias do mundo mágico e noites de sono perdidas devido a ansiedade no peito por estar mais um ano próxima a sua ida à Hogwarts.
Assim como a grande maioria das crianças bruxas, Abigail, sonhara com o momento em que receberia sua carta de Hogwarts e com o dia em que ingressaria à escola. A pessoa mais próxima em que viu ir ao lugar, tratava-se de sua prima Margo, entretanto esta não compartilhara a experiência, ela era uma garota reservada e de poucos sorrisos no qual Abigail decidira não aproximar-se mais e enchê-la de questionamentos, para não precisar ser respondida de forma seca.
A jovem contentou-se em fazer perguntas ao seu pai, sobre como era o castelo, a história das casas, a respeito da floresta proibida e das criaturas que a habitavam... Cada dia uma história era contada detalhadamente carregada de euforia na voz de seu pai que trazia um olhar brilhante como se ele pudesse chorar de alegria por ter vivido toda aquela experiência.
Abigail alcançou sua gata. Ela parecia brava, miava sem parar e seus olhos amarelos vibrantes pareciam clamar algo.
— Abi, vamos já está na hora — uma voz distante soou e a menina levantou-se rapidamente envolvendo a gata entorno de seus braços e correu para próximo do homem que a chamara. Quem conhecia a família Givens, ressaltava o quanto Abigail e Kalabá, o pai da mesma, eram parecidos; Os cabelos castanhos escuros que contrastavam perfeitamente com suas maçãs do rosto rosadas e harmoniosas.
— Pai, estou com medo, o senhor acha que alguém vai gostar de mim? — a voz assustada soou baixinho sendo seguida de um miado vindo da gata cinzenta.
— Querida, não se preocupe com isto. Seja você mesma, certo? Você vai ter bastante tempo para fazer amizades - respondeu fazendo carinho na gata e com a outra mão ocupada com uma mala — Além disso, lembre-se que sua prima retornara também para fazer o terceiro ano, ela não irá deixá-la sozinha - concluiu e abriu um sorriso em forma de incentivo.
— Você tem razão, pai — exclamou forçando um entusiasmo, entretanto a jovem sabia que poderia contar com tudo, menos com o companheirismo de sua prima.
— Pode sorrir melhor que isso, minha doce Abi— brincou o homem notando o nervosismo da jovem - Preciso ter certeza de que você está bem, ou então não a deixarei ir.
A menina forçou um largo sorriso.
— Assim está melhor? — indagou fazendo o homem gargalhar.
「• • •」
— Preparei uma torta de carne e rins para a viagem, conhecendo bem você, é provável que não coma de nervosismo — lembrou a bruxa Mary, avó de Abigail — Mas sempre tem um espertinho com fome, use-o como ponte para fazer amizades.
— Vou fazer isso, vovó — respondeu rindo baixo — Vou sentir sua falta.
A bruxa mais velha a puxou para um abraço confortável.
— Aproveite querida, no momento em que colocar os pés naquele trem, tenha a certeza de que jamais será a mesma — a mulher desejou sorte e a empurrou levemente para que se juntasse aos outros. Margo acenava a uma certa distância enquanto dava passos largos até o trem.
Após despedir-se de todos, incluindo os pais de Margo, Abigail correu para alcançar o vagão. Depois de toda a euforia, seguiu sua prima em busca de uma cabine, até que instantes depois a bruxa mais velha enfiara-se em uma.
— Bem, você fica aqui, Abigail — exclamou Margo trocando-se.
— E você? — quis saber Abigail com uma careta estampada.
— Vou procurar meus colegas, fiquei aí lendo algum livro — explicou antes de arrumar o cabelo uma última vez e saiu.
A primeira hora de viagem passou rapidamente, após Abigail, concluir de que Margo não retornaria antes de chegarem a Hogwarts. A bruxa verificou novamente se estava tudo nos conformes e se não esquecera nada, beliscou a torta de carne e rins da sua avó, em seguida buscou um livro e intercalou um parágrafo do texto sobre duendes e alguns instantes observava os vultos das paisagens fora do trem.
Meia hora depois, a cabine começou a agitar-se com a chegada de três meninos, no qual Abigail suspeitou serem da sua idade, em uma rápida olhada. Ela optou por continuar lendo, entretanto o grau de distração da bruxa era muito elevado para tal façanha e ela deu mais ouvidos aos jovens zombeteiros.
— Você é um medroso, Peter, vamos lá, eu já estou com elas aqui na minha mala só falta fazermos o combinado - disse o garoto mais levado.
— Deixe que EU mesmo faço isso, sou o mais corajoso de todos, minha mãe disse que com certeza eu irei para a Grifinória — exclamou um mais exibido.
— Eu não tenho tanta certeza, até agora toda minha família foi para a Sonserina — reclamou o tal garoto levado.
— Essa garota é tão calada — exclamou um deles, talvez o garoto no qual o menino levado estava duvidando.
— Tão calada que eu nem percebi que estava aí, você tem nome? — Perguntou um deles.
Sem jeito, Abigail, ergueu o olhar para os meninos e encarou um deles, ele possuía cachos desgrenhados e olhos cinzentos.
— Sim.
— Ótimo, então diga — disse o garoto de olhos cinzas.
— Abigail Givens — respondeu ainda sem jeito. Afinal, ela nunca fora boa em fazer amigos, nunca tivera muito contato com outras crianças.
— Sou James Potter — cumprimentou o garoto que minutos antes estava se exibindo — Estes são Peter Pettigrew e Sirius Black — apresentou apontando para cada um.
A jovem Abigail cumprimentou todos e após alguns instantes já sentiu-se mais confortável com a presença deles ali.
— Que cheiro gostoso de torta de carne e rins é esse? — exclamou Sirius Black cheirando a mala de Abigail, fazendo a menina gargalhar.
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𝗕𝗔𝗖𝗞 𝗧𝗢 𝗕𝗟𝗔𝗖𝗞 ━━ (Sirius Black)
FanficAbigail Givens é uma jornalista do Profeta Diário, mas na realidade ninguém sabe o quão próxima ela já foi de Lilian e James Potter, tão próxima que junto com seu noivo (na época), Sirius Black, foram chamados para apadrinhar o garoto, mas depois de...