Capítulo 5

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~Olá pessoas. 

Vocês estão gostando da história até agora? Eu espero que sim, aceito críticas, desde que saibam criticar sem ofender.  Na mídia, eu geralmente vou colocar uma música que eu esteja ouvindo enquanto escrevia ou uma que eu ache que combina com o capítulo, na foto, geralmente vai ser um spoiler (pequeno) de alguma coisa que acontece ao longo da história. É isto, boa leitura a todos.~

Capítulo 5.

Quando levaram seu corpo na maca para o necrotério, eu os segui, mas fui impedida de entrar. Sentei de frente para a porta no chão do corredor longo. Mais pessoas eram trazidas em macas, cobertas por um lençol branco manchado de sangue, não contei quantos haviam entrado até que Jesse acordasse.

Alguns saíram antes que ele acordasse, alguns colegas e um dos professores. Aos seus insultos, permaneci calada olhando apenas para minhas mão descansadas entre minhas pernas cruzadas. Sentada no chão como um buda, mantive minha mente longe de tudo e todos, em algum quarto da academia real onde Meera estaria, talvez, se perguntando o que aconteceu comigo durante os últimos dias. Vendo que eu não reagia, os outros acabavam desistindo já que não me deixava afetar com a agressividade, então cuspiam no chão ao meu lado e iam embora.

Ouço cientistas conversarem sobre experimentos na saleta logo antes da porta do corredor, eles devem saber que estou ali, mas não se importam de continuar sua conversa. Eles confirmam algo sobre Gales e Irlanda e decido que é hora de agir.

Ele saiu do necrotério, cabisbaixo, e levantei do chão esperando. Ele ficou parado diante da porta e quando finalmente reuniu coragem para me olhar nos olhos, ofereci-lhe minha mão. Ele olhou para ela um segundo e depois para mim novamente, vi a hesitação em seus olhos. Assim como naquele dia, no baile da escola, o Jesse diante de mim era muito diferente do Jesse que conhecia. Este, no entanto, ainda mais diferente dos anteriores, porque este não tinha medo de mostrar seus medos.

Tomei sua mão na minha apertando um pouco, só para que ele entendesse que eu não estava zombando. Ele olhou para as nossas mãos juntas e de novo para mim e sorriu de canto, fazendo uma mesura rápida com a cabeça em minha direção. Não sei o que disseram a ele quando acordou, mas ele parecia solene agora. Ainda mais do que antes em minha cama. Começamos a caminhar e um dos soldados de prontidão no fim do corredor nos levou de volta para o quarto.

Nem ele nem eu dizemos nada, mas parece haver um tipo de comunicação gestual entre nós. Ele solta minha mão e aperta meu braço quando entramos no quarto, e então ele se vira e senta em sua cama ao lado da de Daniel na parede oposta ao banheiro. Sem precisar dizer nada, eu entendo que ele está me deixando me lavar antes dele.

Quando saio do banho, já completamente vestida com um novo conjunto de bata e calça hospitalar, já é de manhã. A janela e as duas cortinas estão fechadas e a lâmpada azul acesa. Jesse entra logo que saio e Delly me ajuda com meu cabelo, secando-o completamente com o secador antes de começar a pentear. Ela não se apressa, meu cabelo encaracolado perde um pouco da forma dos cachos, mas ela devolve ao passar um óleo perfumado nos fios. Não são muitos os luxos que temos, mas são suficientes, segundo Delly, para nos sentirmos um pouco menos fora do lugar.

Quando sai do banho vestido com a camisa e a calça, ele termina de secar seu cabelo com a toalha e o secador de cabelo, joga a toalha no banheiro e deita na cama.

-Boa noite. -Eu digo e leva um momento até que eles respondam. O silêncio é tomado por suspiros pesados e sorrio acanhada agradecendo o lençol por me esconder do olhar de todos.

-Boa noite. -Eles me respondem um a um.

-Está na hora da sua terapia. -Daniel diz.

Faz uma semana que Jesse passou pela transformação e estamos sempre juntos agora. Me sinto cada vez menos abalada com tudo, ou pelo menos tento me convencer disso. Delly conversa comigo enquanto me ajuda a me arrumar. Não porque eu não me mexa, mas porque ela de fato gosta de pentear meus cabelos e fazer tranças nos fios que mudavam lentamente de cor.

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