sechs

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Entretanto, alguém bateu na porta

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Entretanto, alguém bateu na porta.

Jungkook mordeu os lábios alheios pela raiva, o que atiçou ainda mais Jimin. Mas a porta foi agredida mais uma vez, os fazendo grunhir.

— Jungkook! — A voz gritou. — Jungkook! É urgente! 

O drácula reconheceu ser a voz de Kim Taehyung, seu timbre o preocupou. Deixou o corpo até então acima de si confortável na cama, torceu para que sua aparência não denunciasse o que estava fazendo e, por fim, abriu a porta.

— Eu acho bom ser algo realmente urgente.

Taehyung o analisou de cima a baixo, e pela brecha que ele deixou escapar, viu Park deitado em sua cama. Sorriu torto.

— Uh, eu atrapalhei algo? — Indagou, sonso como era.

— Você sabe que sim. — Não viu necessidade em mentir. — Agora diga, Kim. 

Ele riu baixinho, era bom ver ele irritado por ser atrapalhado em algo quente, quando todas as outras vezes eram por assuntos tristes.

— Eu sinto muito por atrapalhar vocês, mas é algo realmente sério.

— O que é? 

— Seu pai, Jeon. Ele está vindo.

O banho de água fria foi certeiro. As pontas dos dedos formigaram quando sentiu as pernas darem indícios de cederem. Droga, droga. Seu pai o mataria assim que soubesse que havia um humano em seu tão precioso hotel. A situação com Kihyun não era nem de longe boa, pois o velho cortou relações assim que soube de sua sexualidade. Jungkook achou que o amor de pai para filho não se limitava em quem ele se relaciona. Foi por isso que sentiu tão próximo de Jimin, foi por isso que ao ouvir sua história, ele se compadeceu pois foi rejeitado igualmente.

Tão, tão triste… 

— T-tae…  — Ele sussurrou, sentindo que poderia desmaiar a qualquer momento. 

— Ei, está tudo bem. Eu vou te ajudar, tá bom? — Afagou os cabelos escuros. — Eu só preciso que fique aqui, vou dar um jeito na bagunça e…

— Não, Tae. Não posso deixar você fazer isso sozinho.

— Vai ficar tudo bem, Jun. Eu prometo.

E com isso, ele desceu as escadas, o deixando desolado naquela porta.

— O que aconteceu? — Jungkook ouviu sua voz, e por um segundo, ele sentiu que poderia desabar.

Foram anos guardando tudo para si, não desabafando nem mesmo com o Kim que acabara de falar, pois acreditava atrapalhar a vida de outras pessoas. Foram meses ansiosos por não ter ninguém, por não ter o pai que o jurou amar, mas no momento em que se assumiu, o virou as costas. O que era aquilo? Como ele pôde fazer isso? Ele disse que o ama! Amor se limita em sua sexualidade? 

Por que tão… Injusto? Por que o deixou no escuro, sozinho, angustiado por não ter ninguém?

— Jungkook, você está tremendo. O que aconteceu? 

— Vem comigo.

Com isso, Jimin lembra de pegar sua mochila que deixara no canto superior da cama, antes do vampiro o puxar para algum canto do quarto, e empurrar a parede falsa que revelou uma escada escura. Os olhos castanhos se arregalaram, mas não tiveram tempo de observar, pois foi puxado para o lugar que o causava certo calafrio. Era gelado ali, o bastante para fazer suas pernas descobertas arrepiarem. Jeon não soltou a mão pequena, descendo o mais rápido possível para o local onde passou boa parte de sua vida. 

Ao chegar no fim, as tochas iluminavam o corredor sem graça, decorado com algumas teias. A porta de madeira que jazia no fim passou a sensação de estarem em um filme de terror, mas quando o príncipe tocou a maçaneta, tudo o que viu era um escritório.

Uma sala normal, a não ser pela grandiosa cortina que era de tão vermelha quanto sangue, que o Park não viu necessidade, já que era claramente uma parede por trás. 

— Jungkook, o que…

Ele o cortou, soltando a mão que agora suava, indo até a parede escondida. Os olhos azuis se fecharam com força para que lágrimas não escapassem quando tocou no fim do tecido, o afastando, mostrando por fim a imagem de um quadro.

Era uma pintura grande, e com um significado maior ainda. Jimin levou as mãos a boca quando identificou o que era: três pessoas, um adulto com um sorriso pra lá de alegre, o peito inflado e com os cabelos brancos decorando a testa. Era tão branco quanto Jungkook, e por associação, previu ser seu pai. A mulher, por outro lado, segurava um bebê em em seus braços, traços tão delicados, dignos de uma drácula, os cabelos soltos banhavam os ombros centralizados. E por fim, o bebê, roupas escuras assim como os outros dois ao seu lado, um sorriso banguela, onde só havia um dentinho predominante.

Era sua família.

— Foi tudo muito rápido. Dia um de setembro, humanos invadiram uma propriedade tachada como estranha. Fogo, muito fogo. O vampiro tentava acalmar a multidão, dizendo que não os faria mal, mas ninguém escutou. Invadiram a casa, apenas uma morte. Sohye se sacrificou para salvar seu marido e seu filho. É por isso que eu não comemoro meu aniversário, é por isso que essa droga de festa nunca deveria ter acontecido pois, é o aniversário de morte dela. Da minha mãe.  

As lágrimas já desciam pelas bochechas vermelhas por conta do frio, as mãos com dedos pequenos tremiam pois não poderia mensurar tamanha dor que ele sentia. Não merecia, ninguém merecia. Não pensou duas vezes antes de correr até o corpo rígido em frente o quadro, apertando em seus braços, querendo filtrar sua dor.

Assim como ele filtrou a sua.

— Eu tinha só três anos, Jimin. Ela nunca voltou.

— Shh. Eu estou aqui, Jungkook. Você vai ficar bem, nós vamos ficar bem.

E Jeon quis concordar, quis ficar mais tempo no abraço quente que ele o oferecia, mas, droga, calmo Jungkook jamais foi. As mãos grandes soltaram a cintura e viajaram até os ombros, e com o coração pesando, afastou o ruivo.

— Eu passei boa parte da minha vida aqui pois tinha medo. Eu passei a minha vida aqui porque é uma droga de saída de emergência, Jimin.

— Jun-

— Você precisa ir embora. — Virou de costas, querendo esconder as lágrimas. — Se vista, por favor. Você precisa ir.

Jimin sentiu raiva. Raiva pois Jungkook simplesmente o concedeu sua entrada para o seu mundo, mas agora o expulsava.

— O que você está dizendo? Eu não vou embora!

— Você não tem motivos para ficar, Jimin. — Disse, a garganta ardendo feito nunca. — Isso é um bom motivo para ir.

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capítulo curto mas sofrido.
acontece

não tenho muito o que falar, tô triste pq o próximo é o penúltimo e em seguida acaba:((((((af

#vampirinhodojimin sei que ngm vai usar mas n custa tentar, né? Kkkk

é isso bebês, até!!❤️

HOUSE OF DRACULAOnde histórias criam vida. Descubra agora