T2 Com todas as minhas forças

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Depois que o meu sequestrador sai daqui, fico reparando no local e chego a conclusão que aqui é uma cave, pois a minha frente tem uma pequena escada que dá a uma porta por onde o Fabrício saiu e dá pra ver a luz entrar entre umas tábuas pregadas no cimo da parede, perto do teto a minha esquerda.
Permaneço amarrado a esta barra de ferro por algumas horas até que o capanga do Fabrício me trás um prato com comida e uma garrafa de água. Ele me desamarrou sempre sem dizer nada.
Ele coloca a comida e a garrafa de água no chão a minha frente, mas eu recuso a tocar neles, vai ver que eles estão envenenados. Do Fabrício a gente espera de todo e mais alguma coisa.
- Come logo essa merda porque eu não tenho muito tempo. O jogo de futebol já vai começar e eu não posso demorar e aproveita agora que o chefe foi a cidade, porque quando ele voltar, esse cuzinho vai pagar.
- Não. – Digo simples e volto a cara para o lado, cruzando os braços.
- Moleque impetulante hein. – Ele diz e agacha a minha frente pegando numa colher, o enchendo de comida e come. – Viu só! Não está envenenada, pode comer descansado.
Depois disso, eu como mais descansado e enquanto isso eu vou matutando umas ideias que penso eu, irão me tirar daqui. Resolvo as pôr em prática assim que termino de comer.
Pego no prato e levanto da cadeira, caminho na direção do homem desconhecido e finjo tropeçar e deixo o prato cair ao chão despedaçando em várias partes.
- Moleque desajeitado, olha só o que você fez.  – Ele fala visivelmente zangado e eu cinicamente fico repetindo ”me desculpe, foi sem querer” enquanto o ajudo a recolher os cacos no chão, aproveito e coloco um pedaço no meu bolso traseiro.
Depois de as recolher, ele volta a me amarrar na barra de ferro, pega nos talheres e nos cacos e vai embora. Eu espero alguns minutos e depois faço alguma ginástica até conseguir pegar o caco de vidro no meu bolso.
Começo a cortar a corda a um ritmo bastante lento. Fico nisso por bastante tempo, o suor desce pela minha cara aos montes e fico repetindo para mim mesmo que tenho que conseguir o mais rápido possível, pois o Fabrício pode voltar a qualquer momento. O aliviado se dá quando a corda enfim cai no chão cortada.
Pego na cadeira e a coloco encostada a parede. Subo nele e tento retirar as tábuas da janela, o que é uma tarefa bastante difícil. Puxo uma tabua com todas as minhas forças por vários minutos até que eu consigo o retirar totalmente da parede.
Retirei mais dois, agora mais rápido e nesse pequeno buraco na parede eu me desafio no contorcionismo até estar livre dessa casa. Já é noite, fico tentando me localizar, mas é em vão. As únicas coisas que via era muito mato, árvores enormes e uma pequena estrada de terra batida.
Resolvo seguir essa estrada e corro por vários minutos sem saber aonde estou ou ainda por onde vou. Chego numa bifurcação e paro para escolher qual destes caminhos devo ir.
Enquanto descanso, vejo a luz de dois faróis de carro se aproximando e escondo na vegetação. Quando o carro passa por mim, vejo o Fabrício ao volante. Resolvo correr na mesma direção que ele veio, pois lembro que o seu capanga me disse que ele foi a cidade.
Corro como nunca corri na vida, tudo depende de eu chegar a cidade. Cheguei a um local, de onde eu consigo ver as luzes da cidade e me animo ainda mais. Nesse momento escuto o carro do Fabrício e volto a correr.
O carro dele vai se aproximando cada vez mais de mim, então resolvo sair da estrada e corro por entre as árvores e mato. Nem mesmo os arranhões e a exaustão me farão parar ou desviar do meu objetivo de chegar a civilização mais próxima.
Eles estão a toda velocidade atrás de mim, chego a uma área inclinada e com cuidado vou descendo, mas acabo por deslizar e rolo até ao fundo da encosta. Me encontro todo arranhado e ferido, mas mesmo assim continuo o meu trajeto com eles gritando atrás de mim.
Vejo uma auto estrada e aos tropeços consigo chegar até ela e por milagre aparece um caminhão. Estico o braço e o caminhão para, abro a porta e entro.
- Por favor não para … acelera …  eu fui sequestrado e os meus sequestrados estão vindo atrás de mim. – digo e o caminhoneiro faz o que eu digo. No trajeto, eu explico todo o ocorrido e por fim chegamos a cidade, ele me leva ao hospital para cuidar dos meus ferimentos e depois chegam os policiais para apurarem os factos.
Conto aos policiais a minha situação e o meu salvador explica a eles aonde, mais ou menos, nos encontramos e eles enviam para lá um grupo de policiais.

Olá pessoal, estou de volta😎
Desculpa pela demora, mas agora irei aproveitar a quarentena para actualizar mais rápido.😍

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