Ghosts - Jason Momoa

t w e n t y f o u r

-Isso não te faz lembrar de nada?- Jason me pergunta enquanto procuramos nossos acentos no grande e apertado avião.

- O que? O avião apertado ou esse cheiro de álcool?-

-Olha, esse momento me faz lembrar de uma certa mulher babando na minha camiseta.- debocha.

Olho pra trás de forma ameaçadora e volto ao meu caminho, logo achando nossos acentos, o meu na janela e o de Jason ao meu lado.

A mesma coisa de antes, ele ficou incrivelmente grande do meu lado, mas dessa vez não me senti nem um pouco intimidada:

-Qual sua visão desse momento?- me pergunta olhando bem nos meus olhos, não tem como escapar.

-Eu entrei, comecei a conversar com o Mada e ele tinha algo pra me contar, mas a aeromoça pediu pra mim desligar o celular. Logo depois você entrou todo gigante, com cara de poucos amigos, que poderia matar todos num piscar de olhos, se sentou e em pouco tempo eu apaguei.-

- deixa eu adivinhar, o que o Mada queria contar era sobre mim.-

-Exatamente. E você? Qual sua visão sobre esse momento?-.

-Estava discutindo com Mada sobre uma intrusa da cabana que eu iria passar um tempo...-

-Você foi o intruso, vacilão.- digo indignada.

-Quando bati o olho em você, balancei na hora, não sabia que existia alguém tão bonito. Mas não tava com cabeça pra isso então fiz minha melhor atuação em "odiar o mundo.", Mais desarmei quando você se aconchegou em mim dormindo.- suspirou. - não sabia o que estava por vir e o que Deus tinha preparado pra mim.- Sussurra a última parte.

-Vai ser uma longa viagem, preparado?- pergunto.

-Claro.-

Coloca um fone no meu ouvido e outro do dele, assim começamos a escolher algum filme bom.

Antes de dormir pesado como Jason, olho o sol ainda no céu, prestes a se pôr, serão 15 horas de vôo, quando chegar vai estar de manhãzinha.

Respiro fundo e me aconchego mais no corpo de Jason, logo caindo no sono.

—

Como de costume sou a primeira a acordar, assim que anunciam que o avião vai pousar.

Dormi tão gostoso que nem percebi o tempo passar:

-Jason, amor.- digo baixo.

Ouço seu resmungo e sorrio:

-Já chegamos.- digo acariciando seu cabelo enquanto o vejo abrir os olhos.

-Já?-

Concordo com a cabeça:

-Porra nem deu pra fazer uma sacanagem no avião.- diz me arrancando uma gargalhada.

-Cala boca Jason, você quase nem cabe naquele banheiro sozinho.- rio

-Quem disse que a gente ia fazer no banheiro?-

-Outh, Vamos! Levanta.- o empurro e logo saímos do avião, passamos pelo raio-X e percebo o desconforto de Jason nisso, com certeza ainda o faz lembrar.

Pegamos nossas malas e logo saímos:

-Home Sweet Home.- digo respirando fundo.

Até o oxigênio daqui parece mais limpo.

-É aqueles ônibus que pegamos?- diz Jason.

Concordo e seguimos até o tal, é assim que conseguiremos chegar até a casa da minha mãe, primeiro o ônibus até o extremo oeste, então Elsa pega a gente com sua grande Kombi reformada.