É TUDO CULPA SUA

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GLOSSÁRIO

Bibimbap: da culinária coreana, é baseado em arroz misto com legumes, proteínas e ovo frito. São combinados com pasta de pimenta vermelha e óleo de gergelim e é servido em um pote com pedras quentes.

Jeotgarak: palitinhos usados para comer. Equivalem aos hashis japoneses, mas diferente dos hashis, os jeotgarak são feitos de um material parecido com o metal.

Kimchi: um dos mais conhecidos pratos coreanos. É feito de celga, repolho, rabanete e é servido em quase todas as refeições.

Mwo: "o quê".

Mashitta: "saboroso", "gostoso" (refere-se a comida).

Sutgarak: colher usada para comer, feito do mesmo material que o jeotgarak.

Sujeo: nome dado ao conjunto dos talheres da refeição coreana. O nome se deve pela junção das palavras "su" de sutgarak e "jeo" de jeotgarak.

Nota: na etiqueta coreana, uma pessoa só deve iniciar sua refeição quando a outra pessoa, mais velha ou mais alta, começar. Caso contrário, a pessoa é considerada deseducada.

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Busan, Coréia doSul

Ainda

        A voz de Kyung Soo demorou vários segundos para chegar aos ouvidos de Baek Hyun. De repente ele todo não fazia sentido. Era como se estivesse diante de uma pessoa totalmente o oposto do que a de poucos minutos atrás. O Kyung Soo que ele conhecia jamais iria chamá-lo para jantar, tampouco na sua casa.

       — Está falando sério? — Gaguejou ainda atônito.

        Pacientemente Kyung Soo assentiu. Baek Hyun entreabriu a boca, pensando em agradecer, mas Kyung Soo já estava a muitos passos de distância do carro, rumando para dentro de sua casa. Quando o dito-cujo passou pela porta da frente e deixado-a aberta, Baek Hyun se permitiu apreciar o momento, com seu coração bombeando sôfrego dentro do peito. Ele suspirou, ponderando se sentia alívio ou paixão.

        Talvez as duas coisas.

        Com ímpeto, saiu do carro e fechou a porta com um baque baixo, caminhando em passos apertados para a residência. Assim que passou pela porta sentiu como se tivesse voltado muitos anos no tempo, quando ainda era criança. A casa de Kyung Soo era tudo que Baek Hyun jamais poderia imaginar. Era aconchegante, com toques familiares distribuídos pelo âmbito. Ele tinha plantas!, as cores neutras jogadas nas paredes e a mobília de madeira envernizada e retrô. Mais uma coisa pela qual Kyung Soo era intrigante e imprevisível. Ele era totalmente diferente nos pensamentos de Baek Hyun, sua casa devia ser pequena, desarrumada e fétida por causa de cigarros, bebidas e outras drogas. Contudo, Kyung Soo estava mais para alguém com transtorno obsessivo compulsivo. Tudo estava limpo e organizado.

        Baek Hyun tirou os sapatos e deixou no canto da entrada, onde viu os tênis de Kyung Soo. Depois dali, não soube para onde ir. A métrica da casa não era extensa, mas haviam muitas entradas que difundiam um afunilado corredor. Sala, cozinha, banheiro e mais portas. Lembrou-lhe um labirinto.

        Desorientado, Baek Hyun julgou melhor seguir em linha reta pelo corredor. Deslizando as pontas dos dedos pela parede verde-limão que parecia reformada, ele sentia a textura áspera da casa de Kyung Soo. Algumas fotos emolduradas estavam pendurados nas paredes.

        Baek Hyun virou-se para contemplar a parede contrária a que tocava. Havia um único retrato pendurado ali. Era Kyung Soo e os que Baek Hyun presumiu serem sua mãe e irmão. A foto era antiga e os dois eram crianças na praia em um dia ensolarado num passado muito distante. Kyung Soo sorria na foto, um sorriso que Baek Hyun nunca conseguiu ver.

FOR YOU - BAEKSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora