Um medo bom

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Engatinho até Jace e observo que ele levou um tiro no ombro, não faço ideia do que fazer, mas o sangue sai em quantidade. 

— Vou chamar alguém - digo me levantando. Corro pelos corredores em busca de alguém pra me ajudar, encontro o comandante que Jace conversara antes.
— Jace. Ele está baleado. Há muitos pacificadores lá fora - digo arfando de tanto correr.
— Onde ele está? - ele pergunta.
— Na porta - digo.
— Alerta vermelho - ele grita e os soldados correm de um lado para o outro - Preciso de um médico.
Piper a garota que me ajudou aparece.
— Você parece bem melhor - ela diz.
— Estou, mas Jace não - digo.
— Venha, ele levou um tiro - o comandante diz.
Jace está sentando, ele geme de dor.
— Vai ficar tudo bem meu amor - digo - Vai ficar tudo bem.
Piper tira a bala, e limpa a ferida, depois pressiona o ferimento até diminuir o sangramento, ai ela limpa de novo e então costura o buraco.
— Vai sobreviver - ela diz amarrando uma faixa para imobilizar o braço de Jace - Teve sorte de ser na esquerda, ainda pode atirar.
— Sorte... - sussurro.
Jace sorri pra mim. Eu sento ao lado dele.
— Quer ficar aqui?- pergunto.
— Sabe o que realmente quero fazer? - ele diz.
— O que? - digo.
— Quero estourar os miolos de Snow - ele diz.
— Esse é meu papai carreirista que tanto amo - digo beijando.
— Pensei que me odiasse - ele diz rindo.
— Também - digo me levantando e o ajudando a levantar - O que faremos agora?
— Seu irmão está na mansão - ele diz - Que tal fazermos uma visita?
— Tá falando sério? - pergunto.
— Acho que uma reunião de família vai cair bem - ele diz.
— Tenho que concordar com você.
— Você vem comigo? - ele pergunta.
— Jace, querido, você não sobrevive sem mim - digo.
Ele ri. Anda devagar ao meu lado pelos corredores.
— O senhor devia descansar - Piper diz.
— Não tenho tempo - Jace responde.
— Quer que eu monte um grupo capitão? - o comandante pergunta.
— Não, já tenho meus soldados - Jace diz.
Caminhamos pelo corredor, as pessoas olham para o braço ferido de Jace e a cara de zangado dele.
— Senhor e senhora Mellark - Jace diz ao meus pais - Vamos sair antes do por do sol, iremos atacar a mansão Snow. Estão comigo?
— Claro, Jace - meu pai diz.
— Venha Mira - Jace diz e eu o sigo.
Entramos naquela mesma sala, Jace despenca na cadeira. Vou até ele. Ele está suando frio, parece que só agora sentiu a dor do ferimento.
— Não acha que vai exigir muito esforço irmos até a mansão? - pergunto.
— São apenas uns 50 quilômetros, se sairmos enquanto estiver claro chegamos lá antes do nascer do sol.
— Você é doido - digo.
— Um pouquinho - ele diz.
— As melhores pessoas do mundo são loucas - digo.
Ele sorri, mas depois solta um suspiro.
— O que foi? - pergunto - Está incomodando muito, podemos ficar...
— Não. Não é nada disso - ele diz - É meu pai...
— O que aconteceu com ele? - pergunto.
— Snow descobriu que estou no comando dos rebeldes - ele diz - E desligou os aparelhos que mantinham meu pai vivo.
— Por isso quer matá-lo?
— Também - ele responde - Snow já causou muitas calamidades.
— Nunca fui a maior fã do seu pai - digo abraçando-o com cuidado - Mas eu sinto muito, por você.
— Acho melhor você descansar Mira - Jace diz - A noite será longa. 

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