Guerra, uma guerra terrível II

8 1 0
                                    

Pov Peeta


Ficamos na dispensa por um longo tempo. Os Avox trazem comida para nós, imagino que tenham se passado umas 20 horas desde entramos aqui.
— Podemos ir - May diz.
— Tudo bem - digo - Stell e Jeguer ficam com os dois primeiros andar, eu e Fally vamos para os últimos.
Saímos, está tudo escuro, subimos as escadas de serviço no maior silêncio possível. May carrega um transmissor, um mini computador, munição e uma arma de médio calibre, eu carrego duas arma de médio calibre, tenho facas no cinto e outra arma presas nas costas. Subimos até o 3º andar.
— Pegue sua garota - May sussurra - Eu vou surpreender o Snow.
Vou até o quarto de Dill, não há ninguém na porta como eu esperava. Empurro a porta e entro.
— Peeta - Dill diz ao me ver - Disse pra ir embora.
— Vim te salvar - digo.
— Você corre imenso perigo - ela diz - Saia enquanto tem tempo.
— Não sem você - digo.
— Se eu for... - ela diz - Meu pai vai acabar com tudo, não haverá mais guerra, ele vai destruir todos os distritos, até nos encontrar.
— Se ficar você vai morrer - digo.
— Ela não vai - ouço a voz de Snow atrás de mim e me viro, ele segura May pelos cabelos e a faz de escudo - Mas sua amiguinha rebelde, vai - Ele puxa uma arma e põe na cabeça de May - Se afaste de Dill, ponha as armas no chão, se entregue ou ela morre.
Vejo a cara de aflição de May, mas vejo a coragem nos seus olhos, ela mexe a boca tentando me dizer algo, e e acho que entendo. Ela quer que eu atire, mesmo sobre ela vai acertar Snow, mas não acertá-la, porém ainda atiro e pega o ombro dele. A arma dele cai, sinto algo se puxado da minhas costas.
— Você atirou no meu pai - Dill diz segurando a minha arma.
— Dill ele ia matá-la - digo - Vamos.
— Não vou pra lugar nenhum com você - ela diz e atira, quando percebo que não sinto nada olho pro lado e vejo que May está sangrando, ela levou um tiro no peito. Vou até ela e a seguro nos meus braços, May pega a minha arma e da um tiro na cabeça de Snow. Ela aponta a arma para Dill.
— Mesmo com tanto dinheiro... - ela diz arfando - Você não aprendeu que o coração fica do lado esquerdo?
Dill não se atreve a tentar pegar a arma que jogou no chão.
— O primeiro andar está seguro - Jeguer diz entrando na porta do quarto - Há rebeldes na mansão.
Percebo que a arma na mão de May começa a tremer. Ela está perdendo forças.
— Jeguer aponte para ela - digo me referindo a Dill.
Me levanto com May nos braços e ela deixa a arma cair sobre o cadáver de Snow.
Levo ela até o primeiro andar e a ponho na mesa de jantar. Rasgo um pedaço da toalha de mesa e puxo a bala, May grita com isso, quando finalmente tiro. Pressiono o pano sobre o ferimento. Lagrimas de dor escorrem pelo rosto dela. Eu a beijo.
— Não precisa ficar com dó de mim - ela diz - Dill só está assustada, vá ajudar sua garota.
— Eu já estou ajudando - digo.
— Como assim? - ela pergunta.
— Não te disse que eu sou fascinado por você? - digo.
— Se não houvesse a Dill - ela diz.
— E não há - digo - A garota por quem me apaixonei não existe, então não há Dill.
— Eu não te entendo - ela diz rindo.
— Nem eu - digo beijando de novo.
— Mellark - ouço o meu comandante dizer - Parabéns, você concluiu a missão.
— Agradeça a ela - digo - Ela que matou o presidente.
— Parabéns Soldado - ele diz.
— Obrigada Comandante Makes - ela fala arfando - Mas sem Peeta eu não teria conseguido.
— Vou mandar um médico para você soldado - o comandante diz - E sinto muito pelo Stell.
— Como assim? - pergunto.
— Não soube? Ele levou um tiro fatal - ele diz.
— Tudo isso foi muito rápido - digo.
— Foi, perdemos muita gente nesse meio período - ele diz - Pessoas importantes como o Capitão Dinner.
— Jace está morto? - pergunto.
— Sinto muito soldado - o capitão diz - Estamos a procura do corpo.
— Sinto muito por seu cunhado Peeta - May diz pondo a mão no meu ombro.
— Mira já sabe? - pergunto.
— Ela estava junto. E seus pais também.
— Me diz que eles estão bem - digo chorando.
— Capitão se sacrificou por eles - o comandante diz - Eles estão te esperando. Menos a senhora Dinner, ela não quer ver ninguém.
Um médico chega para levar May para a cirurgia, nos despedimos. Ando pelos corredores e encontro meus pais, eles estão sujos e minha mãe tem um corte no braço, fora a isso parecem bem. Eles me abraçam, mas não sorriem.
— Onde ela está? - pergunto.
— Peeta é melhor você não... - meu pai diz.
— No jardim - minha mãe fala.
Corro até o jardim e vejo Mira jogada no meio das rosas.
— Há camas muitos mais confortáveis lá em cima - digo.
Ela dá um suspiro de alivio quando me vê, e dá um sorriso amarelo.
— Não mereço conforto - ela diz.
— Você merece, mais que todos - digo.
— Só por que sou viúva? - ela diz chorando - Também está com pena de mim.
— Mira sou seu irmão, nunca vou sentir pena de você - digo me sentando ao lado dela - Você estava certa - digo.
— Sobre? - pergunto.
— Dill - digo.
— Peeta, sinto muito - ela diz - Odeio essas palavras, eu não sei o que você está sentindo, como posso sentir muito?
— Sobre isso, te entendo - digo - E você também estava certa sobre o amor.
— Amor? - ela pergunta.
— É, lembra quando me disse que se amasse alguém de verdade, viveria na miséria para ter esse alguém comigo?
— O que aconteceu? - ela pergunta.
— O que você acha de eu mudar para o 3?
— Para o 3, por que? - ela pergunta.
— Você vai conhecê-la, espere ela sair da cirurgia - digo.
— Peeta me explique isso - ela diz.
— Então minha amora cadeado tudo começou... - conto a ele meu romance com May, algo que antes nem sabia que estava acontecendo, devia ter percebido o olhares no meio dos treinos, o ciúme que eu sentia dela, mas a imagem que eu tinha de Dill me cegava.
— Meus sobrinhos serão ruivos? - Mira pergunta rindo e então o sorriso some - Hope...
— Soube dela - digo - um soldado que te ajudou me contou.
— Ele é um babaca - Mira diz.
— É, eu percebi
— Como vou criar um bebê sozinha Peeta?
— Você não está sozinha - digo - Tem eu, a mamãe, o papai, a Jojo, o Finnick, a tia Annie, o tio Haymitch, a Dinda Effie e muita gente Mira, estamos aqui pra te ajudar.
— Eu te amo meu bestante - ela diz.
— Também te amo Amora Cadeado.


***

Mira

— Mira - alguém me chama aos gritos. Peeta me ajuda a levantar e vamos no caminho da voz.

— Não precisa mais se preocupar com sua viuvez? - meu pai diz.

— O que está acontecendo? - pergunto.

— Acharam Jace - minha mãe diz - muito machucado, mas vivo.

— Os pacificadores queriam informações e o torturaram - meu pai diz.

— Onde ele está? - pergunto animada.

— No centro médico, ele vai precisar de algumas cirurgias - minha mãe diz.

— Eu vou com você - Peeta diz me fazendo sorrir.

— Mira, espere - meu pai diz - Não se esqueça o que as torturas da Capital são capazes de fazer.

Coloco minha mão no rosto dele, e imagino a dor que ele sente.

— A vida me devolveu o Jace, não importa como - digo - Além do mais vocês me ensinaram que a melhor cura é o amor. Eu preciso ir.

Peeta segura minha mão o tempo todo, sinto que meu coração vai sair pela boca. May sai da cirurgia e me sentiria egoísta se não obrigasse Peeta a ir vê-la, por mais que saiba que ele não quer me deixar sozinha.

Depois de tanta horas acordada, sinto o cansaço pesar meu corpo e acabo cochilando sentada. Uma mão em meu ombro me acorda.

— Mira está tarde, acho melhor irmos descansar - Peeta diz.

— Eu não saio daqui antes de vê-lo - digo.

Peeta vai até um dos médicos e conversa com ele.

— Jace está na observação - ele diz - Consegui convencê-lo a te deixar vê-lo.

— Eu te amo - digo abraçando-o.

Sou encaminhada por um extenso corredor, no fim há uma parede de vidro. Consigo ver Jace numa maca, ele está cheio de hematomas, tem vários curativos pelo corpo.

— Ele passou por muita coisa - o médico que me acompanha diz - Vai levar um tempo até se recuperar.

— Ele foi telessequestrado? - pergunto.

— Não, por sorte ou não preferiram torturas físicas, mas aparentemente o capitão é resistente.

— Pode ficar feliz - Peeta diz - Você ainda é a única pessoa que consegue que ele faça o que você quiser.

Dou uma cotovelada nele, mas me permito rir aliviada.

— Desde o momento que o acharam o capitão só repetiu uma frase - o médico diz.

— Qual? - Peeta pergunta.

— Preciso voltar pra elas.

The ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora