Quando duas almas machucadas se encontram, duas coisas podem acontecer: As suas feridas são tão recentes e estão tão abertas que podem acabar contaminando o outro, e o desgaste emocional afastará as duas pessoas. Ou, na melhor das hipóteses essas du...
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Acordar cedo sempre foi meu ponto forte. Aproveitar a vista da minha janela e ouvir a rádio local enquanto faço café da manhã, é a melhor forma de começar o dia. Ainda mais com a companhia da saltitante Lucynda.
_ Bom dia papai. – A pequena surgiu na cozinha – _ Bom dia meu amor. – abaixei para beijar seu rosto – Estou fazendo waffle para você. _ Acho que foi o cheirinho que me acordou papai. Posso te ajudar? _ Que tal tomar seu banho primeiro? Quando voltar o café estará pronto para você devorar. _ Mas eu quero te ajudar. _ Os waffles estão quase prontos. Da próxima você me ajuda. _Tá. – A levei ao banheiro e liguei o chuveiro. Lucy tomava banho sozinha as vezes, mas eu gostava de acompanha-la e deixar tudo fácil para ela não se machucar. – _ Não passe sabonete perto dos olhos e não invente de lavar cabelo hoje. – Falei – Se a água estiver muito quente me chama que venho mudar pra você, ok? _ Por que não posso tomar banho na banheira? _ Porque não vou estar perto para supervisionar. Vou deixar a porta aberta, qualquer coisa é só chamar. _ Põe morango no waffle pra mim? – sorri da sua cara pidona. –
_ Sim, coloco. – deixei a porta do banheiro aberta e voltei para cozinha. Por sorte o banheiro era perto e eu sempre ouço quando ela me chama.
Fiz um suco de laranja para Lucy e um café pra mim. Cobri alguns waffle com cobertura de morango e outros de chocolate. Poucos minutos depois Lucy me chamou. Fui com ela enrolada na toalha para o quarto e a vesti com o uniforme do colégio, ajudei a colocar o tênis e pentear o cabelo. – _ Papai, vamos no Píer Burger hoje? _ Hoje não filha. Papai tem que ficar no restaurante hoje. _ E amanhã? _ Amanhã podemos ir sim. _ Êêêêêêê – Lucy comemorou. – _ Vamos comer? Se não você vai se atrasar. _ Você esqueceu meu perfume. – Essa garota é cheia de manias. Igual a mãe dela. Impossível ver Lucy crescendo e não lembrar da mulher que lhe deu a luz. Infelizmente, para mim, elas se parecem tanto. –
_Toma. – Entreguei o perfume pra ela e ela deu duas borrifadas no pescoço e enfim fomos para cozinha. Comemos e conversamos um pouco até acabar os 5 waffles que eu tinha feito. – Me espera no carro que vou pegar a chave e sua mochila – ela assentiu e saiu correndo para garagem. Peguei as chaves do Silverado em cima da mesa de centro na sala e a mochila dela que estava no quarto. Tranquei a casa e fui para o carro. Conferi o sinto de segurança de Lucy no banco de trás e por fim liguei a caminhonete dirigindo até o colégio. O Pacifica Christian High School ficava perto de casa, assim como praticamente tudo, cinco minutos e já tínhamos chegado. – Boa aula filha, preste atenção em tudo que a professora ensinar.
_ Tá bom papi. – beijou meu rosto – te amo. _ Também amo você. – Apertei forte a garota. Lucynda é o bem mais precioso na minha vida. Somos só nós dois desde que me divorciei da mãe dela, uma ferida que ainda dói mas que tento cura-la dia após dia. É difícil quando se tem um filho aos dezenove anos de idade e mais difícil ainda quando a sua esposa te abandona quatro anos depois.
