Lucy acabara de me avisar que Edward me aguarda no jardim. Eu havia acabado de sair de uma aula de dança e eu estava soada. Tomo um breve banho e visto um vestido florido.
Um guarda me acompanha até o jardim, assim que encontro Ed o guarda se afasta nos observando de longe.
Os ataques rebeldes não estão mais tão frequentes como no mês passado, e o meu pai acha que isso é algum tipo de plano, então os guardas acompanham todos os moradores e hóspedes do castelo.
- Boa tarde, Ed. - me sento em um banco em frente à clareira.
- Boa tarde. - ele também se senta.
- Pensei que havia se esquecido.
- Pensei que fosse apenas um sonho estranho, mas acho que não foi.
- É.
Nós dois estávamos envergonhados e não sabíamos por onde começar. O silêncio prevaleceu por uns segundos e resolvo puxar assunto.
- Já sabe o que quer fazer? Sabe que não pode deixar ela sozinha, e não pode ficar comigo.
- Sei... - ele parece desconfortável. - Eu resolvi que ajudarei ela à cuidar da criança, eu vou lhe dar tudo para que a criança seja feliz.
- Então vai continuar com ela?
- Não. Não, eu só irei sustentar a Sophia e o bebê. Ainda te amo, não vou desistir de te conquistar.
- Ah, tá.
Não quero que ele faça isso. Isso no caso, ficar correndo atrás de mim, eu quero que ele fique com a criança e com a Sophia. Eu só o amo como um primo, um grande primo. Só.
- Eu queria voltar à época em que você não gostava de mim. - sussuro.
- Acho que isso seria impossível. A ciência não permitiria, e eu sempre te amei - ele me olha. - Mesmo quando eu te provocava, eu só queria a sua atenção.
- Você tem que achar outra pessoa. Eu estou em uma seleção para que, justamente, eu escolha um marido, e você não está na seleção. Não posso e não quero escolher você.
- Suas palavras. Deveria tomar cuidado com elas, elas podem machucar mais do quê você imagina.
- Me desculpe. Eu só quero dizer que devemos virar primos normais, como todos os primos são.
- É, deve ser. Bom... eu tenho que ir. Tchau.
Ele sai e me deixa sozinha. Eu estava sem forças para me levantar. O céu que antes era azul, agora está com nuvens escuras, as gotas caem sobre mim. Não quero sair.
O guarda insiste para que eu entre, então eu peço apenas mais uns minutos. Ele aceita e observa de longe, mesmo eu não me sentindo bem com isso.
As lágrimas que antes brotavam em meus olhos, agora se misturam nas gotas de chuva. Porque ele faz isso? Porque agora? Porque não antes? Me pergunto várias coisas, algumas delas eu sabia a resposta, mas mesmo assim me isso não sabia da minha cabeça.
Percebo que a chuva parou de cair sobre a minha cabeça, olho para cima e vejo o guarda segurando um guarda - chuva.
- Agora precisamos mesmo ir, alteza. - fala o guarda.
Concordo com a cabeça, eu não quero falar nada. Ele oferece ajuda para me levantar, mas eu nego e me levanto sozinha.
Acho que já deve ser o horário do chá. Geralmente eu passo à tarde com a minha mãe para conversarmos e resolvermos algumas coisas do palácio, hoje eu decidi passar sozinha. Chegando ao meu quarto, deito- me na cama e seguro o cordão que ele me deu no dia de chegada dos selecionados, naquela hora eu estava feliz. Agora, ela me faz sentir uma pontada de raiva. Como eu sou idiota.
Não sei explicar o que eu sinto. Eu também amava ele, eu sempre amei ele, sempre que pude, eu demonstrava isso à ele. E ele nunca percebeu isso. Agora que eu já superei, ele vem me dizer essas coisas?! Não sei o que fazer.
A seleção é uma droga.
♣♧ Curtam a história.
♣♧ Começam a me seguir.
♣♧ E continuem lendo os próximos capítulos.
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A Seleção Invertida.
RomanceScarlett (Sky) completa 18 anos e os seus pais decidem que já está na hora de sua filha única se casar. Como tradição do reino, uma nova Seleção deve decidir quem será o escolhido. Sempre foi assim em Illéa, mas nunca com uma mulher sendo a protagon...