Capítulo 12

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   Eduarda

   Viajei para Londres. Um lugar que foi e sempre será muito importante para mim. Quando tinha apenas 3 anos, os meus pais decidiram mudar-se para cá durante algum tempo. Vivi aqui até completar os meus 16 anos. Pode parecer estranho, mas conheci a Letícia em Londres. Ela tinha vindo em Erasmus e por puro destino a minha família recebeu-a. Nunca mais nos separamos. 

  O telefone não parava de tocar com as chamadas do Guilherme, nunca as atendi.

 Guilherme

   Ela deixou de me falar. Os dias foram passando, e eu já não sentia o cheiro dela. Existia apenas uma raiva dentro de mim, não era raiva da Eduarda, era raiva de mim, por não ter sido capaz de impedir aquele beijo, por não ter sido capaz de encontra-la.  


  𝔸𝕝𝕘𝕦𝕟𝕤 𝕞𝕖𝕤𝕖𝕤 𝕕𝕖𝕡𝕠𝕚𝕤...

Eduarda

    Decidi voltar, o Guilherme parou de me ligar e confesso que as saudades dos meus pais já eram enormes. Além disso, hoje é o meu aniversário.

     Entrei dentro do primeiro Táxi que vi e dirigi-me para casa. Não para casa da Leti mas sim para a minha antiga casa. Não esperava aquilo que me aconteceu de seguida.  

Letícia

Hoje era o aniversário da Duda e nós já tinha-mos tudo preparado para quando ela chegasse. Afinal, não é todos os dias que alguém completa as suas 20 primaveras.

Os balões estavam espalhados por toda a parte, tinha-mos doces, salgados e um enorme bolo. Os convidados já tinham chegado, mas faltava uma pessoa, o Guilherme não tinha aparecido. Talvez fosse para o melhor, afinal durante estes meses ele ficou desorientado, só bebia, desaparecia de casa durante dois ou três dias e quando vinha apenas se trancava no quarto ate voltar a sair outra vez. Virou uma rotina, e cada vez era mais difícil ver o meu irmão assim.

                                                                                           Eduarda 

    Quando entrei fui surpreendida com uma multidão de gente a gritar:

       - Parabéns !!

     Adorei vê-los a todos, sentia-me em casa. Conversa-mos, abraçamos-nos, tudo para matar aquelas saudades. Até que alguém entrou na festa :

         - Olá Eduarda. Feliz aniversário. - disse colocando-me a mão no ombro.

     Os arrepios foram crescendo, pela voz, pelo toque e os meus olhos encheram-se de lágrimas quando olhei para os olhos dele. O Guilherme não se tinha esquecido, ou até mesmo tinha evitado. Ele estava ali presente, com um buquê de rosas na mão. 

     Naquele momento eu percebi, eu nunca conseguiria me afastar ou esquecer aquele homem, porque eu estava apaixonada, e apenas enganei a mim mesma, quando pensei já o ter esquecido. Aqueles olhos claros ainda mexiam muito comigo, aquele toque ainda me colocava nervosa e aquela voz ainda fazia o meu coração acelerar. Afinal de contas ele tinha sido o meu primeiro amor.

Guilherme

   Eu soube que a Eduarda voltava hoje, e de qualquer forma eu teria de vê-la. Por isso tomei um banho, vesti-me e saí de casa. Passei por uma florista e trouxe-lhe um grande buquê de rosas vermelhas. Sabia que eram as flores preferidas dela. Cheguei a casa dos pais dela e não estava a ter coragem de entrar, até que a vi a sair de um Táxi com a mala de viagem. Ela entrou e poucos minutos depois entrei na casa.

   Ela estava de costas. Coloquei-lhe a mão sobre o ombro e disse-lhe com a voz trémula com medo reação que ela teria:

    - Olá Eduarda. Feliz Aniversário.

    Senti que se emocionou, e o meu coração palpitou, pois percebi que ela não me tinha esquecido. A rapariga por quem eu estava apaixonado estava a minha espera. E ao ver aqueles grandes olhos cheios de lágrimas provocou um sorriso tímido na minha cara. E ela sorriu comigo.

Sem tiOnde histórias criam vida. Descubra agora