capítulo 7 - STELLA

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Caminhei até o laboratório, onde o legista estava. Observei todos os meus homens trabalhando arduamente para tentar encontrar o assassino em poucas horas. Sorri emocionada com o esforço, coragem e determinação da minha equipe. Precisa recompensar-los depois.

Desci as escadas que dava para a sala do médico legista. O lugar, literalmente, cheirava a morte.

_ Boa noite,doutor!

_ Boa noite, Stella. - o médico ainda examinava o morto. Olhei para o rosto de Beron e não pude deixar de sentir nojo e raiva, depois de tudo o que eu ouvi.

_ Mandou me chamar?

_ Sim. Concluir a autópsia. Foi difícil, mas eu consegui e em tempo recorde.

_ Por isso eu o escolhi. Você é no melhor de todos. - sorri. Virei novamente para o corpo. - o que concluiu?

_ O corte na cabeça foi feito por um vaso branco. Tinha resíduos por todo o crânio- o médico virou o corpo para me mostrar do que falava. - eu posso afirmar que o senhor Beron estava sob alguma coisa que deixou com mãos marcadas. Ele usou a força e bateu em alguém.

_ Na esposa. Ela falou isso. Beron tentou a enforcar. E para fugir ela lhe acertou um vaso na cabeça, a história confere.

_ Na verdade, não. - olhei intrigada para ele. - veja, essa marca - ele pegou uma lupa para ser mais preciso. - ela foi feita de cima para baixo. O que indica que a vítima estava sufocando a esposa quando alguém o acertou. Pela posição, ele estava curvado, então posso afirmar que quem acertou o vaso no senhor Beron, o fez na tentativa de salvar a fêmea a quem ele tentava matar.

_ Droga, ela mentiu. Isso é péssimo. O que tem mais para mim?

_ O vaso não o matou, na verdade apenas de fez um pequeno corte. O que matou a vítima foi algo com ponta e cilíndrico, uma lança para ser mais exato . E como eu suspeitava, ela também estava envenenada. Mas o que eu vi, a pessoa que o matou, não tinha muita força e o acertou primeiro na barriga. A ponta afiada entrou até a metade do corpo, como era envenenada, provavelmente causou-lhe um desconto. A vítima, ou tropeçou ou foi empurrado, por que a arma que estava parada, penetrou o corpo até atravessar-lo completamente. Aqui está minha conclusão . - peguei o documento.

_ Isso descarta todos machos, afinal todos eles são guerreiros e teriam atravessado essa lança com facilidade... Uma fêmea até matou Beron?

_ Sim. E ouso dizer que a mesma que lhe acertou o vaso na cabeça. - pensei em todas as fêmeas que poderiam ter feito aquilo.

_ Estou levando meu trabalho para o lado errado.

_ Ai é com vocês. Minha parte é determinar o que matou e não quem matou. - o macho pegou o casaco e o chapéu. - se me der licença, há três dias que eu não vejo minha família.

_ Vai lá. Descansa bastante, meu querido, você merece. - sorri. Quanto o médico saiu, voltei minha atenção para o papel. A teoria do legista descartava a todos. A pegada feminina... peguei a pasta com as provas. Analisei o caminho feito pela pegada da outra fêmea. O pavor fez meu estômago embrulhar. Eu sabia quem havia sido a outra fêmea. O que justificava todos estarem lhe protegendo. Deixei a sala, apressada. Minha última testemunha, não podia esperar.

_ Algum problema, doutora?

_ Não. - gritei sob o ombro, ainda correndo. As lágrimas queimaram meus olhos, ainda incrédula com a possibilidade de ter sido... não quis pensar naquilo.

Cheguei ao castelo. Aquela conversa era extra oficial, então não permiti que meus homens me vissem ali.

Cheguei na porta. Minha mão trêmula bateu duas vezes e então ela vou aberta.

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