A quantidade de lanternas deixava a clareira iluminada como o dia, mesmo que ainda estivéssemos no meio da noite. E pela quantidade de oficiais e sentinelas do palácio real... suspirei. Eu odiava quando meu serviço tinha que envolver o Rei.
_ Como pode ver, a vítima não era qualquer coitado de nossa província.
_ Um nobre. Qual o nome?
_ Beron Vanserra. Grão senhor de uma das cortes de Prythian.
_ Ótimo, além de nobre , o infeliz também é de fora. Sabe o que isso significa?
_ Um rei furioso pegando no nosso pé por causa dos assuntos políticos ligados ao caso.
_ Exatamente. E quanto tempo ele nos deu dessa vez?
_ Uma semana.
_ Uma semana? - olhei para os lados, certificando-me de que ninguém ouvia nossa conversa. - O rei está louco, uma semana não dá nem para recolher todos os depoimentos, quem dirá investigar um caso inteiro, sem cometer injustiças. - sussurrei.
_ Tentei argumentar isso.
_ Droga. Então temos que correr, trabalhar dobrado e não descansar. Odeio quando a investigação está ligada a coroa. - praguejei internamente. - quem encontrou o corpo e quem o identificou?
_ Duas crianças que brincavam no bosque achou o corpo. A mãe quase lhes arrancou a orelha por isso. Foi a mesma quem identificou o corpo como sendo do senhor Beron. O grupo ruivo ali, confirmou a identidade do morto.
_ E quem são eles?
_ Os filhos e a ex. Nunca ouvir tal expressão, mas foi desta maneira que a fêmea apresentou-se para mim.
_ Ótimo. Vamos começar por ela então.
Caminhei até o grupo, nenhum deles parecia sentir pela morte do grão senhor. A fêmea, abraçada a um dos filhos, pela semelhança, olhou-me como se estivesse estudando minha personalidade. Também observei seus finos braços e aparência cansada..
_ Boa noite! - cumprimentei observando os hematomas da mulher. - o que houve com a senhora? - nenhuma palavra. As lágrimas foram suficientes. Talvez tenha sido legítima defesa. Concluí. - Eu sou Stella, investigadora responsável pelo caso do senhor Beron Vanserra. E precisarei fazer algumas perguntas a todos vocês.
_ Faça seu trabalho detetive. - o Macho a quem a mulher agarrava o braço respondeu com os olhos atentos no corpo envolvido no saco.
_ Muito bem. Meus homens estão montando a tenda para o interrogatório. Enquanto isso preciso que permaneçam por perto. Tudo bem?
_ Esses machos são mandados por você? - o desdém na voz do macho embrulhou meu estômago.
_ Cuidado com as palavras rapaz, você não está em Prythian. - ameacei. O macho estava prestes a dizer outra idiotice quando o outro que falará comigo anteriormente colocou a mão em seu ombro. Uma advertência silenciosa. - como eu disse, preciso que fiquem por perto. - sai com os olhos grudados no idiota. Fora o macho que segurava a mãe, os demais ruivos não faziam questão de esconder o desgosto pela minha pessoa ou talvez fosse minha posição.
Caminhei até o corpo, que já estava sendo investigado. Olhei atentamente para o morto. Pela aparência, ele não estava ali por muito mais que dez horas e seu corpo não possuía marcas de agressão.
_ Causa da morte? - Perguntei ainda analisando o cadáver.
_ Existe uma marca de entrega e uma de saída de um objeto cortante. Pela posição limpa, eu poderia afirmar ter sido uma espada ou uma faca com a lâmina grande. Porém essa pigmentação esverdeada em torno do corte indica veneno.
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corte de luz e sombras
FanficDois anos se passaram desde o fim da guerra conta Hybern. Todos ainda buscam reerguer seus territórios, recuperar um pouco da paz que lhes foi roubados. Em meio a essa luta, segredos e verdades serão descobertas de maneira dolorosa aos envolvidos.