Capítulo IV

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    A caminho de casa, minha cabeça estava a mil por hora, não conseguia raciocínar, tentava me concentrar, prestar atenção na estrada.

    Muitas perguntas eram formuladas na minha cabeça,mas sem resposta, sem entender nada daquilo que estava acontecendo.

     Quem era aquele homem, qual motivo dele me perseguir, o porquê está me aterrorizando?

     Mil perguntas e nenhuma tinha uma resposta.

     Ele quis me mostrar que sabia onde eu morava, onde eu trabalhava, onde estacionava o carro, com certeza onde almoçava.

     Ele sabia de toda minha trajetória, do meu dia  a dia e eu sabia o que daquele homem, nem o rosto dele vi.

     Era preciso ficar atenta a tudo, tentar ficar ao máximo na companhia de alguém,mas sobre tudo não deixar que o pânico me domine.

     Cheguei em casa, coloquei o carro na garagem, antes de sair observei tudo em minha volta, respirei fundo e corri até meu apartamento.

     Tranquei a porta me sentindo segura, fui até a cozinha, Inferno não estava, certamente perambulando despreocupado pelas ruas de Colmar.

     Liguei a tv para saber das notícias  do dia, pensei em ligar para Carolinne pra saber como chegou em casa, mas antes de pegar no telefone ele toca.

     - Alô!
     - Jenefer sou eu,

     - Como conseguiu chegar em casa, veio de ônibus ou carona?

     - De carona com minha chefe.

     - Estava preocupada com você, aconteceu algo?

     - Só me atrasei mesmo.

     - Se quiser fiz um sanduíche do jeito que você gosta, quer que eu leve?

     - Não obrigada, quero que você fique quieta em casa e não esqueça de trancar bem as portas e janelas.

     - Está paranóica agora, esta fala se não me engano é minha!

     - As duas riram, mas realmente eu estava preocupada com minha amiga.

     Desligamos o celular, pensei em tomar um banho e comer algo,estava cansada.

    De novo o telefone toca,  Carolinne ligando, deve ser pra comentar sobre o assassinato de Lê Petite venice.

     Estava no banho, não me apressei em sair,pois sabia que ela me ligaria sem parar aquela noite.

     O telefone não parava de tocar, fui obrigada a enrolar na toalha para atender.

     - Alô!

     Houve um silêncio total.

     - É você Carolinne?

     A respiração do outro lado se tornou ofegante, forte.

     - Se não vai falar nada, melhor  deligar.

     A pessoa ficou muda, só escutava o som de sua respiração, era aterrorizante aquele momento.

     Desliguei  o telefone, fiquei estática, paralisada, ele havia descoberto o  numero de telefone da minha residência.

     Pensei em ligar para Carolinne, mas sabia que não era o ideal.

     Coloquei meu pijama,  fui até a sacada para abrir, mas lembrei do estranho, preferi observar pela janela
do quarto.
     A rua estava tranquila, uma viatura da polícia circulando, a brisa estava suave, tocava meu cabelos  com uma leveza, dava pra fechar os olhos e sentir o toque suave na pele, o perfume da primavera exalando por toda cidade, a primavera era mágica em Colmar(França).

Os olhos que me ObservavamOnde histórias criam vida. Descubra agora