A música havia parado. Todos me olhavam como se eu fosse algo completamente fora do normal. Mantenho o olhar firme e começo a andar em direção ao Rei Mark que repousava em seu sono eterno dentro de um grande caixão de mármore vermelha. A cada passado, os nobres abrem caminho para passarmos. Gun segue a meu lado entendo tanto quanto eu a reação dos presentes.
Chegando próximo ao caixão, vejo o rosto pálido do Rei Mark. Seus olhos cerrados e rosto sereno, demonstram que ao menos em seu último suspiro, ele estava em paz. Levanto os olhos para prestar condolências ao filho do falecido, Vossa Arrogância Real... Não, não devo trata-lo dessa forma. Não hoje. O Príncipe Miles está sentado em seu lugar, ao lado do agora vazio, trono do Rei de Rubi. Ao seu lado, sentado em uma cadeira especial destinada àquele que pertencem a monarquia da Terra de Safira, estava o Príncipe Michael. Meu coração falha uma batida.
Michael apenas sorri minimamente para mim e se levanta, retirando-se do local. Queria segui-lo, conversar, consolá-lo, tentar entender o que está acontecendo em seu coração, mas não posso. Nossas realidades são completamente diferentes. O Príncipe Miles me observa de forma peculiar, como se minha presença, vestido em tais trajes o surpreendesse e o incomodasse. Presto uma reverência como voto de condolência e me viro.
— Guardas, podem levar o plebeu! Seus cinco minutos acabou! — Grita o Príncipe Miles e seu mais belo tom de arrogância. Gun interfere quando os guardes se dirigem a mim.
— Perdoe minha ousadia, Vossa Alteza, mas ele é meu convidado — Gun diz com voz firme.
— Bastardo! Como ousa convidar um Diamante para a cerimônia? Você é uma vergonha ao povo de Rubi — diz com desdém. Gun cerra os punhos, mas ouve em silêncio. — Leve-o também, guardas e peguem as informações desse Rubi, cuidarei dele mais tarde — os guardas avançam e eu estava sendo empurrado para fora junto com Gun.
Sem o mínimo de delicadeza, os guardas seguraram em meu braço com força desnecessária. Eu e Gun somos empurrados e machucados mesmo que sem qualquer resistência. Olho para o Príncipe Miles e ele sorru com malícia.
"Esse é o Príncipe Miles, filho".
Meus olhos embaçam e uma crianças de trajes vermelhos e olhos arrogantes me encaram. Paro por um instante tentando voltar aos sentidos.
Meu braço é segurado por um guarda e tento me soltar com devido a força empregada por ele e é nesse momento que o vejo. Do andar de cima, Michael observa o que ocorre, a forma que sou tratado sem merecer e a humilhação que sou obrigado a passar, mas o que dói é seu silêncio. Manter-se calado diante a crueldade me magoa, quebrando todo o bom o sentimento que guardei para esse reencontro. Fui um tolo ao pensar que você sentiu o mesmo que eu. Sou novamente empurrado e recomeço a andar.
— Parem! — Ouço uma voz do andar de cima. Paro e olho na direção da voz. Inicialmente fico feliz ao pensar que o príncipe tinha intercedido por mim, mas infelizmente ou felizmente, não é.
O Rei John Saelim está parado imponente ao lado do filho, o Príncipe Michael. Os guardas se afastam de nós e ele segue para o andar de baixo. O rei da Terra de Safira é muito reservado, tanto muitas pessoas nunca o viram pessoalmente, já que pouco deixa o castelo. Vendo-o pela primeira vez, percebo que suas feições parecem jovens, apesar da idade, além da elegância e imponência em cada passo que dá.
— Por que toda essa confusão, Príncipe Miles? — A dele ecoou já diante do príncipe. — Estamos nos despedindo de seu pai. Pode ser menos extravagante ao menos neste dia?
— Desculpe-me, Majestade, mas esse plebeu não quis retirar-se — Miles mente.
Respiro fundo em desacordo com tal afirmação. O rei percebe.
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365 Dias De Reino [COMPLETA/DEGUSTAÇÃO]
RomansaLivro Degustação 1-5 capítulos. Você pode ler o livro completo adquirindo seu exemplar através do meu link na bio! O jovem príncipe bradou sentando-se a mesa olhando a todos a sua volta, rapidamente procurou ao meio de tantas cabeças, uma específica...