E L E V E N

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Tudo que consigo ver, é um telhado de madeira velho e enegrecido, um foco de luz sobre meu peito me incomoda os olhos,  desvio o olhar da luz e esquadrinho o local a minha volta. 
A sala é claustrofóbica,  não há janelas ou passagens de ar, diversos instrumentos de tortura — suponho—  estão pendurados na parede a minha frente, repleta de manchas avermelhadas.
Lágrimas saltam dos meus olhos, tento gritar por ajuda,  mas nenhuma voz sai,  é como se meu corpo não obedecesse meu cérebro. 

Lembro-me então, do que mamãe me dizia quando era criança sempre que tinha pesadelos, “Se tentar gritar,  e não conseguir,  é apenas um sonho....  Acorde!

Não me parece um sonho agora mamãe.

Aqui é tão frio.

*nheec  algo range do lado de fora da sala,  madeira?  Acredito que seja o chão, alguém pode estar se aproximando. 

O som fica cada vez mais alto,  mais próximo, a agonia de não saber quem é,  onde estou, ou  como vim parar aqui,  é enlouquecedora. 

A cada ranger,  meu coração bate mais rápido e mais forte. 

Medo

Ansiedade

Angustia

Todos esses sentimentos vem a mim como um tsunami,  atingindo meu psicológico  e levando em bora todo meu auto-controle,  logo, vejo-me em meio a um colapso,  mãos suam,  pernas tremem,  nó na garganta.... 

A vontade de gritar invade meu âmago,  e o fato de não conseguir me desespera ainda mais, respiro fundo,  na tentativa de me acalmar,  mas o ambiente cheira a sangue,  mofo,  umidade....  É impossível respirar fundo. 

Os passos ficam cada vez mais próximos e então,  param. não ouço mais barulho algum,  olho para a fresta de baixo da porta,  e vejo uma sombra, alguém prestes a entrar... 

Um farfalhar de chaves ecoa,  engulo seco, não posso tirar os olhos da porta, e em um rangido a porta vai se abrindo aos poucos e revelando a imagem de um homem de alta estatura,  ombros largos cobertos por uma capa preta e vermelha em seu interior,  um chapéu grande e inclinado cobre seu rosto,  seus passos são firmes e pesados, ele entra na sala sem ao menos me olhar, para ante uma mesa de ferro escorada na parede e joga um molho de chaves na superfície metálica,  suspira,  e coloca a mão em algo no quadril. 

Ao virar em minha direção,  percebo que o que há em seu quadril, é um enorme chicote com detalhes em vermelho,  me pergunto se ele é um Creppypasta,  porque se for, nunca se quer ouvi falar. 

— Já estava na hora de acordar — ele diz desviando minha atenção do objeto. Sua voz é rouca e baixa.

Tento me mexer,  falar novamente,  e nada... 

— Esqueça, você não vai conseguir— ele pega um um objeto transluzente na mesa, uma seringa vazia.  não disse o que era,  mas seja o que for, é por isso que não posso falar ou me mover.

—Você gosta de brincar?— Ele pergunta,  que droga de pergunta é essa? Completamente inoportuna,  uma evidente característica de sua sanidade em escassez.

— Em quanto faço os preparativos vou lhe contar uma história, a sim... Tenho uma muito boa,  é sobre uma família.  Uma família muito feliz— ele ironiza — eles moravam em uma pequena cidade esquecida pelas pessoas...  E as vezes penso que até Deus a esqueceu,  tantas desgraças aconteciam ali,  essa família era composta por cinco pessoas, mãe,  pai,  um irmão mais velho,  uma menininha caçula,  e...  O mais especial era o filho do meio. 

Ele fica em silêncio por alguns segundos após mencionar tal filho. 

—Sabe porquê ele era especial?

Meneio a cabeça em negação. 

—Ele era muito quieto,  não sentia a necessidade idiota que as pessoas tem de socializar e conviver em sociedade,  mas nem por isso era menos desenvolvido que os demais,  a não...  Muito pelo contrário,  sabe, um dia ele se cansou de sua família dizendo o que ele devia ou não ser,  o que deveria ou não fazer,  então se livrou deles, sabe como? 

Nego

— Acha que ele fugiu? 

Assinto

Ele ri,  e continua — Ele matou um por um,  com o mesmo procedimento que irei realizar em você.  Sou o melhor nisso..   Sem dúvidas— ele encena uma pausa teatral, após alterar a voz—  Até porque eu era esse garoto. 

Suas ultimas palavras me fazem arrepiar, estou diante de um homem que matou sua familia e não parece ter nenhum resquício de remorso,  imagino a facilidade em que me matará, como um inseto insignificante,  apenas mais um.. então é aqui,  aqui que tudo acaba. Não é do meu feitio pensar em morte mas sempre me imaginei morrendo de causas naturais, ou até mesmo acidentes, mas jamais em um  desconhecido lugar de outra dimensão. 

Uma das ferramentas penduradas é pega por ele,  que a analisa,  imagino como ele irá me abrir com aquilo.  Ele limpa o objeto com uma flanela retirada de seu bolso traseiro, mas para antes que a limpeza esteja completa, algo o chama a atenção,  ele levanta o rosto deixando aparente seus lábios e narinas que tremem como se farejasse algo,  e antes que possa virar para a porta,  algo vindo da mesma direção o atinge na cabeça e ele cai saindo do meu campo de visão. 

Assustada, olho para a porta,  uma figura pálida com grandes cabelos pretos e um sorriso esculpido, se encontra imóvel,  olhando para meu raptor. 

Jeff.... Jeff the killer?  Não pode ser...  Ele também é real!

  Ele também é real!

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