Após a morte da mãe, Any se muda para Orange, para viver com o avó, o barão das mansões. Rica e com muitos amigos, Any só não esperava encontrar uma coisa...
" - Não é que você seja diferente, mas é que ninguém consegue ser igual a você."
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Eu chego na cafeteria antes do ensaio e o Noah estava numa mesa mais no canto da parede, estava tomando um café e mexendo no telefone
- Bom dia. - Eu sento e coloco minha bolsa na outra cadeira
- Bom dia. Tudo bem?
- Tudo. Com você que não parece estar tudo bem, aconteceu alguma coisa?
- Infelizmente sim.
- Ixi, fala logo.
- é que eu descobri o porquê que minha mãe ficou daquele jeito quando te viu.
- E...
- é uma coisa bem chata mas tem a ver com seu avô.
- Fala caramba
- é que a minha avó já foi casada com seu avô e ela sofreu muito na mão dele porque ele a traía e a desprezava, minha mãe não gostava de ver a minha avó sofrer então ela meio que não gosta do seu avô por isso. Entende?
- Não acredito. O meu avô fez isso??? - Digo com um vazio no peito
- é o que eles dizem Any, eu era muito pequeno, então não lembro.
- eu não posso acreditar!!!! - Cai uma lágrima do meu olho - mas ela sabe que eu não tenho nada a ver com isso, eu nunca morei com meu avô, só vim para cá depois que os meus pais morreram. Já tô criada, sou adulta, faço o que eu bem entendo.
- É eu sei.
- Eu estou de coração partido, ele era uma das pessoas que eu mais confiava.
- Conversa com ele direito. Mantém a calma
- Vai ser difícil, eu não acredito que ele possa ter feito isso - Ponho a mão no rosto - Nada vai mudar entre nós não né?
- Não, nós continuamos como sempre. Nada mudou. - Ele levanta meio estranho e diz que temos que ir para o studio gravar.
O jeito que ele me falou que nada ia mudar foi diferente, não senti muita confiança, eu ia para o estúdio gravar mas nem fui, disse a ele que ia me encontrar com meu avô.
Eu chego em casa e meu avô não está, mas está Victória lá, que fica enchendo o meu saco 24 horas querendo saber da minha vida e das coisas que eu faço. Que mulherzinha chata, não dá para suportar, e assim ainda nervosa tenho uma discussão com ela, pois ela não tem o direito de saber o que eu faço o que eu deixo de fazer, eu sou adulta e não devo satisfações a ela.
Eu liguei para o meu avô e disse a ele que queria ter uma conversa séria. Ele veio para casa e nós fomos até o quarto dele
Contei a ele tudo que eu sabia sobre a avó do Noah e a minha proximidade com o Noah. Ele se fez de vítima e disse que nada daquilo aconteceu, mas eu pressionei e ele acabou falando a verdade.
- Eu não tenho culpa. - Ele tenta me abraçar
- Você não tem culpa??? - Eu o afasto - Você maltratou uma mulher dentro da sua própria casa!!! Eu sou uma mulher, não tolero esse tipo de coisa, não quero que faça isso com outras. Eu sei vô, eu SENTI na pele o que é ter um relacionamento abusivo, eu tenho nojo. - Eu grito - NOJO!!! desse tipo de gente. Vô, eu tenho memórias de um relacionamento abusivo, onde eu sofria. E eu me encontrei em uma pessoa, que talvez não queira nada sério comigo. Mas me entende, e não é um desses caras...
Falei muitas coisas e muitas verdades na cara do meu avô, e ele acabou me dizendo que não é o meu avô de sangue e que meu pai foi adotado quando criança. Eu fiquei totalmente desnorteada com tanta mentira e hipocrisia.
- Além de tudo ainda mentiu pra mim? - Choro com raiva
- Mas eu o criei, pai é quem cria, sou seu avô, lhe considero minha neta. - Ele diz, chorando também.
- Ok, eu vou embora daqui. - Eu abro a porta.
- Você vai pra onde?? - Ele vai atrás de mim
- Vou voltar para NY. Vou vender os imóveis da minha mãe e comprar um apartamento para mim. Se ela for minha mãe né?? Não sei se posso chamá-la assim. Talvez seje mais uma mentira que eu não saiba. - Saio do quarto e arrumo as malas
Bia entra no quarto e senta na minha cama. Eu a olho e corro, a abraçando e chorando.
- Você tem certeza que quer fazer isso? - Ela se ajoelha na minha frente, em meio as roupas.
- Tenho Bia. - digo certa
- Para onde você vai? Está de noite.
- Vou para um hotel Bia. Não consigo ficar aqui, parece um mundo de mentiras que não tem fim. Minha tia Bia, a única pessoa que eu confiava também mentiu para mim.
- Mas você vai quando?
- Talvez amanhã. Não posso ir embora sem ter uma conversa com o Noah. - Soco as roupas na mala
