Torres e Peões

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Dentro de algumas horas, Hongjoong, Yeosang, Jongho e eu estávamos praticamente prontos para entrar em ação e invadir o primeiro galpão. Queríamos ser rápidos e atacar durante a noite para não chamar tanta atenção. Yeosang ficou responsável por ir a recepção com o cartão do hotel de Hongjoong, que por ironia do destino, eu também havia levado comigo para ele fazer o check-in de 'Katsumi' no quarto ao lado. Katsumi seria o novo nome de Hongjoong e ele se hospedaria no quarto ao lado por duas razões óbvias: a primeira era que eu não conseguiria ficar tranquila tendo ele no mesmo quarto que eu, e a segunda é que seria absolutamente suspeito se ele ficasse conosco do nada.

Neste momento, Yeosang e eu já estávamos completamente disfarçados com nossos aparelhos auditivos a postos para comunicação direta com Jongho enquanto Hongjoong terminava de pintar o seu cabelo de vermelho. Drta. Izo e o Sr. Rokuro pareciam pessoas completamente diferentes, com outros propósitos de vida. “Queria eu não ter que seguir justamente essa vida agora!” pensei enquanto ajeitava a minha peruca prateada de frente para o espelho, até que vejo os olhos de Yeosang me penetrarem pelo vidro:

– Quer me dizer algo? – me virei e perguntei pra ele.

– Como está o seu ombro? – perguntou ele sério.

– Confesso que ainda dói um pouco... – disse passando a minha mão sobre ele – Mas não é nada com o que tenha que se preocupar! – concluí tentando lhe deixar mais calmo.

Antes que Sang pudesse protestar, ambos escutamos a porta do banheiro ser aberta e de lá sai Hong com uma toalha na cintura e outra menor no cabelo. Não deveria ter prestado atenção nisso, mas todos aqueles dias na prisão havia feito Hongjoong treinar pesado. Seu corpo estava com o dobro de definição e na situação em que nos encontrávamos, eu poderia dizer que ele era o aliado perfeito.

– A cor do cabelo está boa? – indagou ele tirando a toalha menor afim de deixar as suas madeixas avermelhadas caírem sobre o seu rosto – Confesso que estou estranhando essa cor!

– Se está estranho tanto, é porque está mais do que bom! – disse pegando uma meça de roupas pretas da cama e joguei para Hong – Se vista, coloque o seu comunicador e não se atrase! – Hongjoong pega as roupas em um reflexo rápido e eu me viro para sair do quarto.

Yeosang não interviu dessa vez e eu o agradecia muito por isso. Não poderia mentir que parte de mim gostaria de pular em Hongjoong e o agradece-lo por estar me ajudando em um momento tão complicado, mas a outra parte pedia para eu ser dura com ele até o fim e ver realmente quais são as suas intenções. Aperto o botão para o elevador e espero o mesmo parar no meu andar, quando isso ocorre eu me sinto duplamente aliviada por ver que este estava vazio. Sem demora, eu entro apertando o botão para o térreo e começo a me ajeitar no espelho.

O certo seria eu estar de calça, com a bolsa e muito mais equipamentos no corpo, mas Jongho disse que antes de mais nada, deveríamos ser discretos, e uma vez que levássemos menos coisas, seria mais fácil a locomoção pra fuga. Parte de mim concordava, mas a outra não. "Vivo em uma eterna guerra interna!"

Minha peruca prateada deixava bem visível que o meu rosto estava vermelho por conta da adrenalina. Eu estava usando um vestido preto que ia até um pouco abaixo do joelho e que continha mangas até o cotovelo. Para não correr o risco de torcer o tornozelo, eu estava calçando tênis brancos e usava uma jaqueta jeans por cima do vestido para proteger ainda mais o meu ombro, sem contar que estava ventando bastante do lado de fora. Quanto aos equipamentos e armas, estes estavam bem escondidos. Com dois compartimentos, um em cada perna, eu havia duas armas completamente carregadas. Na orelha esquerda, o comunicador pra falar com Jongho, por baixo do vestido o meu colete a prova de balas e uma pequena câmera na jaqueta, onde Choi pudesse monitorar o perímetro a nossa volta.

Devaneios - ATEEZ (VOL.2 de Uma Bela Mentira)Onde histórias criam vida. Descubra agora