Xeque?

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Minhyuk parecia já estar planejando nos pegar há dias, e com certeza não era pra menos. Essa sala é enorme. Ele nos colocou sentados no chão mais ao fundo, onde podemos ter uma boa visão da sala inteira. Mais a frente na parede a esquerda, está a o buraco que Minhyuk fez ao atirar na porta, não há janelas em lugar algum, mas há um imenso duto de ventilação no alto a direita. A nossa frente, do outro lado da sala, tem um sofá antigo e duas prateleiras com várias peças de equipamentos eletrônicos. Abaixo do tubo de ventilação há uma outra porta pequena de madeira que parece estar escondendo uma sala escura. “Wozi?” pensei. Desta vasta sala suja e velha até todos nós ao fundo ainda tem algumas armas presas nas paredes e um canto para se pendurar casacos. Não temos saída.

Yunho e Seonghwa pegaram todas as nossas armas e equipamentos de investigação que eu me lembre, depois fizeram com que nos sentássemos um do lado do outro com as mãos amarradas a frente do corpo e os pés também. Espertos da parte deles. Por estarmos encostados na parede, caso tentássemos algo, eles iriam ver na hora. Lisa estava na ponta esquerda tentando estancar o sangramento do estômago de Wheein, o que acabou chamando a atenção de Minhyuk:

– O que pensa que está fazendo? – diz ele se aproximando do corpo frágil de Wheein.

– Ela está muito fraca... Se eu não estancar o sangramento ela pode morrer! – responde Lisa sendo a mais profissional possível. Minhyuk começa a rir alto e a se agachar para poder ver o corpo de Wheein de perto.

– Isso é a cara de quem vai morrer? – indaga ele levando a sua mão direita as bochechas brancas de Wheein – Acho que não! – diz ele jogando a cabeça dela para o lado logo se levantando também.

– Seu filho da mãe! – digo enfim – O que pretende fazer com a gente agora? – Minhyuk não me responde, apenas se mantém caminhando na direção oposta com as costas viradas pra mim.

Seonghwa e Yunho se sentam no sofá velho e começam a limpar um tipo de arma que eu nunca havia visto na vida. Provavelmente algum tipo de engenhoca feita por Minhyuk. Percebendo que ele está me ignorando por completo, bato com a minha cabeça na parede e bufo alto em frustração. Ao encarar o teto, noto que a minha visão começa a ficar turva mais uma vez. “Não, não, não, não!” Não quero perder a minha visão agora. Não posso. Caso isso aconteça, eu vou estar fadada ao fracasso e a morte de todos ao meu lado. Fecho os meus olhos e respiro fundo para tentar pensar em algo, mas logo sou cortada dos meus devaneios ao escutar Mingi tossir ao meu lado. Mingi! “Como ele e Wheein entraram se Jooheon estava de vigia lá fora?”

– Mingi! – o chamo baixo para não correr o riso de Minhyuk escutar a nossa conversa.

– S/N... Eu estava com tantas saudades tuas... – Mingi me parece fraco e estranho, sem contar que estou sentindo um forte cheiro de álcool saindo de sua boca. Está bêbado.

– Não deveria ter vindo. Está bêbado e fraco... Como conseguiram entrar? – perguntei tentando me esquivar do seu mal cheiro.

– S/N... Me desculpa! – Mingi começa a chorar. “O que raios está acontecendo com você?” me pergunto.

– Não adianta S/N... Esse daí só vai nos dar mais trabalho! – diz Yeosang que estava sentado depois de Mingi a minha direita.

Na minha esquerda, Hongjoong permanece calado e tenso, mas eu sei que ele está planejando algo por ficar balançando o seu pé constantemente. “Que a sua ideia venha o quanto antes Hong.” Depois de Hong a minha esquerda, Lisa ainda tentava estancar o ferimento de Wheein mesmo com as suas mãos amarradas, sei como ela se sente. Mesmo com Wheein sendo estourada e muito cabeça quente, ela é a nossa amiga. Se eu estivesse ao seu lado também tentaria ajudá-la o máximo que poderia.

Devaneios - ATEEZ (VOL.2 de Uma Bela Mentira)Onde histórias criam vida. Descubra agora