Circunstâncias // Norenmin

Camélia

O fato e o modo como Jaemin mexe nas minhas coisas, explorando a ergonomia do meu apartamento, é um tanto quanto irritante ao ponto de me impossibilitar raciocinar direito sobre as tarefas do estágio e faculdade.

― Renjun, porque há materiais estranhos na sua área de serviço? ― O mesmo aparece com um lenço que na verdade é utilizado para limpar as necessidades do meu gato, me causando um repentino e nervoso mal estar.

― Você poderia, por favor, parar de mexer nas minhas coisas? Largue já esse pano, uso ele para esfregar o chão! Meu deus, as suas mãos...

O conduzi sala a fora, a fim de chegar no único banheiro do meu domicílio. O mesmo é extremamente pequeno e mostra-se de cara péssimo projetado, porém o único que me é permitido diante de meu orçamento de aluguel.

Mal posso acreditar que arranjei uma criança...

Assim que Na volta, suas indagações parecem seguir o mesmo curso, porém meu celular fez com que eu me desprenda de suas expressões.

― O que você quer? ― Reclamo e a primeira coisa que ouço é o bufar de meu irmão do outro lado da linha.

― Nossa, Renjun, que cortejo agradável.... ― Sua risada faz eco sobre o local no qual ele deve se encontrar, creio eu que seja a casa de meus pais, desde que esta é enorme e alguns cantos seguem pouco mobiliados. ― Mamãe pediu para você ligar mais tarde.

Ah, dona Karen...

Meu suspiro parece atrair a atenção de Jaemin, que interrompe seu divagar sobre a coloração de meu móvel central, que acomoda a única TV desta casa, encarando-me interessado.

― Por que está suspirando? Você pode me dizer o motivo pelos quais seus móveis são tão desorganizados e atirados sobre o espaço? ― Sua sinceridade chega a ofender até meu último fio de paciência, porém me abstenho, preferindo ignorá-lo.

― Diga a ela que eu não vou ligar, estou ocupado. ― Acomodo-me melhor na pilastra, apoiando sessenta por cento do peso de meu corpo apenas em uma das pernas.

― Ah, mas ela não vai gostar nada de saber pois...

― Renjun! O que é aquele artefato?

Pelos céus!

Minha expressão se contorce de um jeito que o deixa assustado.

― Nada de importante, Jaemin, não é absolutamente nada! Você poderia por favor parar de explorar a minha casa e sentar no sofá de maneira comportada?

Mal percebo, porém minha voz eleva-se em algumas oitavas, assim como meu rosto vermelho faz com que o mais alto se encolha e corra para colocar-se acomodado no estofado.

Oras, tenha piedade!

― Hoje eu definitivamente irei surtar. ― Prevejo de maneira sarcástica.

A esta altura do campeonato já havia desligado meu celular na cara de meu irmão mais velho, o atirando de qualquer jeito sobre o divã mais próximo.

Meus passos são seguros e pesados, até que abro a porta da cozinha, a procura de um champanhe e uma taça. ― Eu só posso estar pagando por todos os meus pecados...

XXX