Nostalgia

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Champagne? ― A funcionária é promissora o bastante, estendendo duas opções de bebidas alcoólicas em seus ambos braquiorradiais dos braços. Na primeira, um Veuve Clicquot Vintage Rosé 2004¹ de aparência incrível e aroma agradável, enquanto que a sua esquerda um clássico Magnum Belle Epoque Perrier-Jouët 2006¹ seduz parte de minha atenção com as anêmonas ornamentadas em sua garrafa.

Bastante encantado, acabo optando pelo de odor e aparência suaves, afinal se assemelham melhor com a minha personalidade.

E eu o primeiro, s'il te plait. ― Vejo Kun se aproximar do lounge da la premiere (primeira classe) do avião, arrumando as lapelas de seu terno. Antes que Amélia, a aeromoça agradável, se retire, o mesmo a direciona o pedido, acomodando-se logo em seguida num dos assentos da aeronave. ― Merci beaucoup. ― Tem a taça transparente entre os dedos indicador e médio, degustando do sabor com os olhos predominantemente fechados. ― E então, como se sente?

Encaro minha louça por alguns segundos, rotacionando o líquido atrelado em abundância num claro sinal de enfastiamento. Preciso de alguns segundos para interpretar seu coreano, tendo em vista que desde a partida tenhamos nos comunicado em francês, e pensar um pouco antes de respondê-lo.

― Bem. ― Opto pelo simples e óbvio. ― Um pouco cansado, mas contente.

― Fico feliz em saber disso, meu bem. ― Seu sorriso é paternal, enquanto passeia as mãos pelos meus cabelos levemente desgrenhado, por consequência do sono recente em minha poltrona localizada alguns passos atrás. ― É uma pena que o nosso tempo em Saint Paul esteja tão escasso... Queria ficar para aproveitar ao seu lado, como nos velhos tempos.

― Não há necessidade disso, quando podemos retornar nas férias. ― Nego, com a cabeça em órbitas diferentes das de meu irmão mais velho.

Jaemin e Jeno. O que poderiam estar fazendo agora?

Não devia me deixar levar por esse tipo de pensamento, mas se torna inevitável desde que imagens de minha rotina ao lado deles se faz presente em meu cérebro até nos meus maiores pesadelos.

Lee, ocupado como sempre, deve estar a caminho de uma reunião importante com alguns de seus sócios, alimentando essa sua rotina exaustiva e nada saudável... E eu... ando me preocupando demais, isso não é bom sinal. Dessarte tais motivos, uma pequena fuga deve ajudar a manter minha sanidade em ordem.

Fecho meus olhos e cantarolo. Há 14 horas e 33 minutos de Seul, aterrissar em Paris a cada átimo me parece mais cediço e cansativo. Por estes motivos, acabo pegando no sono logo após a apresentação do cardápio do jantar e término da refeição noturna.








Circunstâncias // NorenminOnde histórias criam vida. Descubra agora