Trabalhando numa empresa de renome

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Bom, eu realmente havia ficado deveras impressionado depois daquele email, afinal já estava esperando pela rejeição. Apenas o fato de ter sido selecionado para participar já era de ótimo incentivo, até porque, segundo a minha intuição, eu teria bombado naquela prova.

Por esses motivos eu havia me atrasado para procurar toda a papelada da contratação. Felizmente o cara do RH foi bastante compreensível e falou que não tinha problema, o que obviamente só me deixou ainda mais nervoso, pois odeio quando as coisas saem fora do planejado.

De qualquer forma, tive que relevar.

Doyoung havia dado a festa lá em casa, até comprou espumante. Fizemos duas comemorações seguidas, a primeira pelo sucesso de seu drama e a segunda pela minha vaga de estágio. Claro, nem é preciso pensar muito para prever que minha mãe simplesmente teve um chilique. Meus pais passaram horas lavando, alegando que eu me tornei um assalariado mal remunerado, enquanto vovô e Kun apenas sacudiram suas cabeças de maneira perdida. Sei que o silêncio deles quis dizer muita coisa, principalmente que me apoiam seja no que eu fizer, mesmos estes não concordando muito dependendo da coisa.

Agora cá estou eu de volta a esse interior magnífico. Sua estrutura já não me é novidade, no entanto continua entre as mais belas coisas que gostaria de ter o prazer de apreciar todos os dias, como se ainda existissem mais o que conhecer da mesma. Não podendo perder muito tempo, apenas sigo meu caminho, tentando não me distrair no meio de tantas subdivisões e entranhas que esse local apresenta.

Não tardei a encontrar o tão superestimado setor de 'Design de interiores'. Não fora tão difícil afinal, pois estamos falando de uma grande placa grifada, bem no centro daquela imensa abóbada ogival¹.

Como esperado, grande parte dos funcionários caminham de um lado a outro, com papeladas e protótipos a serem averiguados e expostos. Vendo por esse ângulo tudo parece muito calmo, o total oposto do dia da entrevista. Seja o que for, espero realmente não ter que passar por isso novamente. Aquela correria e desespero me deixaram levemente agoniado, com uma imensa vontade de fugir de volta para casa.

Quando estanco, olhando de um lado a outro, só então sou capaz de notar o nome de um dos proprietários do local; Na Jaemin está fixado em ouro puro na parte da entrada. Porém não tenho muito o que pensar, pois logo uma figura apressada toca em meu pulso.

Devido o crachá em seu pescoço é possível identificá-lo como meu novo chefe. Lee Donghyuck. Não há tempo para me curvar, pois logo sou arrastado pelo citado, setor adentro, parando apenas quando adentramos sua sala espaçosa.

―  Huang Renjun, não é? ― Pergunta, fazendo com que sua voz fina ecoe pelo local. Seu rosto não me parece nada como imaginava, não sei explicar, mas de alguma forma é bastante semelhante ao de um adolescente normal. Não que eu tenha atingido o mais alto grau de maturidade, puff, completamente longe disso.

Me limito a acenar, pronto para apresentar-me ao mesmo, mas este se auto interrompe, começando a tagarelar.

―  Não precisa se apresentar, acho que todo mundo aqui sabe quem são os Huang. Meu deus, vocês são praticamente donos da China! Me pergunto o porquê do filho mais novo estar aqui procurando um estágio. ― Fala, indicando para que me sente sobre a cadeira colorida a frente de sua mesa de vidro float laminado.

Eu realmente já estava esperando por esse tipo de pergunta, seria meio anormal que não conhecessem minha família, até porque estes não são nada bons no quesito de descrição.

―  Ah... ― Coço a nuca embaraçado. Conversar sobre isso continua sendo um problema para meu psicológico. ― Eu decidi que preciso crescer e aprender por mim mesmo, sem depender deles.

Circunstâncias // NorenminOnde histórias criam vida. Descubra agora