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Donna esperou pela ligação de Harvey a noite toda, mas seu telefone não tocou. Obviamente, ela checava o aparelho de cinco em cinco minutos, mas o advogado não ligou.

Ela desligou a TV que, mais uma vez, servia somente pra não ficar no completo silêncio e se levantou do sofá, pronta pra ir pra cama. Foi até a cozinha pegar uma garrafa d'água e, quando estava voltando pra sala, ouviu três batidas na porta.

Harvey, ela pensou e sorriu. De fato, aparecer de surpresa quase de madrugada na casa da ruiva era bem melhor que ligar pra ver como tudo estava.

- Ei.

- Oi.

- Te tirei da cama? – Harvey perguntou vendo a ruiva de pijama e com uma garrafa de água na mão.

- N-não... – Donna murmurou, baixando a cabeça pra encarar seu estado.

Eu esperava uma ligação, não você aqui na minha frente – ela pensou em dizer, mas apenas balançou a cabeça.

- Eu não esperava visitas, desculpa. Entra, fica à vontade. – Ela saiu do caminho e Harvey entrou, sendo seguido por Donna. – Achei que você fosse me ligar.

Donna fez um sinal para que Harvey se sentasse e caiu na poltrona mais ao lado, bem afastada dele.

- Eu ia, mas achei melhor te dar a notícia pessoalmente.

- Que notícia? – Donna perguntou rapidamente. Seu coração batia forte agora e ela temia que fosse ouvir algo ruim.

- Bem, eu fiquei curioso com o que você me disse hoje mais cedo. – Harvey preferiu fazer suspense. Sabia que deixaria a ruiva feliz, mas quis assustá-la antes um pouquinho. – Seu chefe não vai te despedir porque ele já despediu Scottie, né?

- Isso. Ele só tem nós duas de funcionárias. Não pode ficar sem...

- Pois é. Ele só tem duas funcionárias. Como ele vai fazer distinção entre vocês?

- Como assim? – Donna murmurou, se sentando na ponta da poltrona. Ela estava nervosa e ansiosa, mas já não se preocupava em receber uma notícia ruim. Harvey estava com um meio sorriso nos lábios, então só podia ser coisa boa.

- Ele aceitou o pedido de demissão de Scottie, mas não aceitou o seu. Isso está errado. Ele não pode fazer distinção entre duas funcionárias igualmente qualificadas, que não desejam mais seguir trabalhando naquele lugar.

- Harvey, será que você pode ir direto ao ponto? – Donna pediu ansiosa, balançando as mãos.

- Espera! – Ele riu. – Eu juro que você vai me agradecer depois.

- Vamos, então! – Ela apressou o advogado, que ria do nervosismo dela.

- Então... Ele não pode demitir uma de vocês e obrigar a outra a continuar trabalhando. – Harvey fez uma pausa dramática e viu Donna revirando os olhos. – Calma! – Ele riu e escorregou até a ponta do sofá, mais próximo de onde a ruiva estava sentada.

- Eu odeio você. – Donna bufou. – Continua!

- Depois que você foi embora

- Depois que você me expulsou da sua sala – Donna o interrompeu, corrigindo-o.

- Deixa eu falar! – Harvey ria. Estava se divertindo mais do que previu. – Depois que você foi embora – ele enfatizou –, eu fiquei pensando em como eu poderia te ajudar. Acredite se quiser, eu realmente quero te ver atuando! – Donna sorriu.

Pronto. Derretida de novo!

- Muito gentil da sua parte! Mas, me conta. O que foi que você fez?

Never been touched [like this]Onde histórias criam vida. Descubra agora