Never been touched [like this]

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Na segunda, Donna estava ansiosa, mas não sabia bem o porquê. Ela decidiu ficar no balcão excepcionalmente hoje e não, deixava por nada no mundo, Scottie sair da cozinha. Aquilo não fazia muito sentido, já que ela detestava ter que lidar com os clientes, mas hoje Donna estava bem esquisita.

Ela aumentou o volume do som ambiente quando um cantor famoso pedia para que lhe guardassem espaço para o seu amor. Donna grunhiu, extremamente ansiosa e frustrada.

- Hey, o que tá acontecendo com você hoje? – Scottie perguntou ao chegar perto da amiga. – Você tá muito esquisita, Donninha. O que tem de errado?

- Nada. – Donna respondeu ríspida. – Quer dizer, não é nada, Scottie. – Ela consertou quando percebeu a expressão assustada da amiga. – Eu só... Não tô bem, é só isso.

Nesse momento, elas ouviram barulho na porta. Dois homens de terno entravam na cafeteria. Scottie abriu um largo sorriso e Donna, nervosa, correu as mãos pelo cabelo.

Quando os homens se aproximaram, as duas perceberam que não era quem elas pensavam. Scottie balançou as mãos e correu para a cozinha; Donna suspirou.

- Bom dia. O que desejam?

Enquanto ela atendia aqueles dois, outro cliente entrou na cafeteria, mas ela não percebeu. Terminou de registrar o pedido e entregou o ticket para os clientes. Assim que eles se afastaram, ela virou de costas para pedir a amiga que preparasse o pedido que ela tinha acabado de registrar e enviar para o computador da cozinha. Quando ela se virou novamente, viu o advogado dos dois minutos.

- Oh! Olá.

O homem sorria para ela, e logo lhe respondeu:

- Oi. Bom dia! – Donna acenou com a cabeça e ele continuou: – Estive aqui no sábado, mas estava fechado.

- É, nós não abrimos nos finais de semana. – A ruiva respondeu quase como se se desculpasse. – Espero que tenha encontrado outro lugar pra tomar café da manhã. – Brincou.

- Eu não vim pelo café.

Donna, que até então fingia mexer no computador e não o olhava diretamente, levantou a cabeça.

- Não?

- Não. – Ele esticou o braço na direção de Donna e esperou que ela fizesse o mesmo. – Harvey. Prazer.

- Ah! Donna. Mas isso você já sabia...

- Aquele dia eu não tive tempo de me apresentar, então resolvi vir aqui.

- Você veio aqui só pra se apresentar? – Ela perguntou sorrindo, erguendo uma sobrancelha.

- Sim e não. Eu vim também pra te perguntar que horas você solta.

- Ah! – A mulher baixou a cabeça novamente e mexeu no cabelo nervosa. – Na verdade, você tá dando em cima da garçonete errada. – Ela voltou a olhar para ele e viu que o havia confundido. – A minha amiga – ela apontou para a cozinha – tá esperando você chamá-la pra sair desde a primeira vez que você esteve aqui.

- C-como? – Harvey estava realmente confuso, porque ele nem sequer havia prestado atenção na outra mulher. Ele só se lembrava de Donna...

- Scottie. É o nome dela, mas depois ela vai fazer questão de repetir pra você, então... O ponto é que desde a primeira vez que você apareceu aqui ela se interessou e, desde então, cada vez que você vem ela pensa que é uma nova chance de se aproximar de você. Ela está realmente interessada, então eu acho que você deveria investir nela. Além disso, eu não estou "disponível", então... – ela deixou a frase no ar e, logo em seguida, Scottie apareceu para quebrar o silêncio.