28. sober

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Lilly Adams

Abri os olhos por conta da forte luz que vinha da janela. Zayn não estava mais na cama e por um momento,eu queria que ele estivesse ali. Mas isso deixaria o clima estranho.

Me sentei e notei que ele tinha me coberto com um lençol. Sorri fraco e levantei. Fui até seu banheiro lavar o rosto e vi que minha escova de dentes ainda estava ali,ao lado da sua. Acho que devo ter ficado encarando a mesma por tempo de mais. Depois de ficar visivelmente mais apresentável,sai dali.

Jordan estava na cozinha e sorriu assim que me viu.

–Fico feliz que voltaram – ele disse e eu sorri sem graça.

–Ah,não voltamos – disse baixo e ele pareceu envergonhado.

–Sinto muito – Jordan disse e eu assenti. – Sabe que ele está esperando por você,não sabe? – perguntou enquanto enchia a boca com cereal.

–Como assim? – perguntei confusa e ele sorriu de lado.

Abracei meu próprio corpo,precisava disso. Estava tão frio. Por dentro.

–Ele me pediu pra fazer o mínimo de barulho,assim você não acordaria e daria tempo dele chegar em casa – Jordan disse sorrindo e eu engoli seco. – Agora que eu sei que não voltaram,entendo a intenção dele ao pedir isso – disse e negou com a cabeça.

Me aproximei dele como se estivesse indo ouvir um segredo. Tão bom e precioso que não se pode dizer em voz alta.

–E qual era a intenção? – perguntei.

–Talvez ele não quisesse chegar aqui e não ver você,sei lá poderia deixar de ser um sonho – Jordan respondeu simples.

Senti meu corpo todo pegar fogo.

–Eu nem sei mais o que estou fazendo da minha vida – desabafei confusa.
– Aonde ele está agora? – perguntei nervosa demais para uma pessoa normal.

Jordan sorriu.

–Na fisioterapia – respondeu e eu assenti.

–Você tem lugar garantido no céu,sabia? – disse sorrindo e o abracei de lado.

Sai do apartamento de Zayn e sentia dentro de mim uma coragem esquisita. Talvez fossem aqueles três segundos de adrenalina que todos falam.

Eu não estava pensando direito enquanto andava em direção ao hospital universitário. Eu só queria encontrar com ele e dizer tudo o que conseguisse.

Talvez tivesse passado a maior parte da minha vida fugindo das coisas que eu amava. Amava meus pais mas fugi deles. Amava Zayn e fugi dele nas primeiras meia dúzias de palavras arrogantes e prepotentes que seu pai disse a mim. Não era justo.

Embora,seu pai tivesse razão em várias coisas. Como por exemplo,querer proteger o futuro do filho e se preocupar que um relacionamento atrapalhasse mas isso era tudo o que eu poderia relevar. Eu não era responsável por mais nada.

Saber disso e finalmente entender,me deu um alívio. Eu não queria amar Zayn e me sentir culpada por fazer isso.

Eu sabia que tínhamos problemas mas são coisas que conseguiriamos resolver,certo? Mas o que eu faria com a saudade que eu sentia dele? E todas as mensagens que eu não conseguia apagar do celular? E quanto as roupas dele que eu não tive coragem de devolver?

Não queria que 20 anos se passassem e eu continuasse arrependida de não ter ido atrás dele e dito que me arrependia profundamente de ter terminado.

Finalmente consegui chegar no pequeno hospital da universidade e respirei cansada. Meu coração batia forte. Talvez eu morresse antes mesmo de chegar até ele.

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