17.

15.3K 1.6K 2.3K
                                    

Ao longo de seus quase vinte anos de vida, Harry experimentou muitas coisas.

Desde a sensação de vitória ao pontuar para o seu time, até a sensação de liberdade ao se assumir homossexual para sua mãe.

Mas nada, nada, se comparava ao que ele sentiu quando Louis disse que estava apaixonado por ele.

Seus braços afrouxaram o aperto na cintura alheia quase que instintivamente. Era como se ele tivesse desaprendido a se mover, como se sua língua não soubesse mais formar palavras.

Foi a primeira vez que algo o deixou totalmente sem reação.

Os olhos molhados de Louis se moveram para o seu rosto e o professor o encarou por um momento, perdido.
Como se estivesse acabado de contar o seu segredo mais secreto, aquele em que ele manteve escondido de todos, e até de si mesmo.

Talvez fosse.

— Nem fodendo — finalmente Harry conseguiu dizer. Sua mão soltando totalmente o corpo do menor agora, ao ele a levou ao próprio rosto. — Não.

A expressão no rosto de Louis se quebrou inteiramente.

Harry passou a olhar pro chão e Tomlinson notou algum movimento no rosto do cacheado, mas ele não podia ver direito.

Seus olhos arderam com a vontade repentina de chorar mais, seu coração se apertou contra o peito. De todas as reações que Harry poderia ter, essa era a que Louis mais temia.

O garoto continuou se afastando, mas agora, levava também sua mão para secar os olhos.
Louis sentiu os seus ficarem mais pesados e segurou o choro na garganta, não se permitindo fazê-lo.

Ele não podia culpar Harry por não corresponder, ele não podia culpar Harry por não querer envolver sentimentos no que eles tinham.

Louis apenas foi muito bobo. Talvez tenha sido pela falta de toque que o professor teve há meses, ou pela falta de ter alguém que o fizesse se sentir amado.

Acontece que Louis se entregou totalmente a Harry, e ele não esperava isso. Porque Harry o tocou e o fez se sentir amado. Ele foi tudo o que Louis precisava naquele momento.

Mas talvez Harry não tenha sentido o mesmo. Talvez ele não tenha sido bom o suficiente para fazer Harry querer somente a ele.

Harry? — foi o que Louis conseguiu dizer. Sua voz saiu extremamente baixa e quebrada e uma lágrima escorreu pelo seu queixo. O homem juntou as mãos uma na outra, tentando mais do que nunca abraçar a si mesmo.

E foi isso que chamou a atenção de Harry.

Porque quando o garoto subiu seu olhar, ele encontrou um Louis que ele nunca havia sido apresentado.

O professor tinha o rosto vermelho e seus olhos brilhavam, mas não era do mesmo jeito que eles brilhavam quando ele estava feliz (ou quando havia acabado de gozar). Louis estava totalmente indefeso agora, nem se comparava com a forma de professor-robô que ele assumi todos os dias.

Ele se encolheu ainda mais no próprio eixo, como se fosse se quebrar em pedaços a qualquer palavra de Harry.

Harry quis bater em si mesmo.
Louis havia entendido tudo errado.

— Lou? — O garoto o chamou, e isso foi o suficiente para Louis soltar o soluço que segurava. Aquilo seria demais para Harry assistir, então ele deu dois passos pra frente e abraçou o corpo pequeno e frágil do menor contra o seu com força. — Amor, me desculpe. Me desculpe. Olhe pra mim.

Louis não o fez. Ele escondeu mais ainda o rosto no peito de Harry, não querendo sair dali nunca mais.

— Lou, olhe para mim bebê. Por favor — Harry pediu outra vez, e Louis finalmente correspondeu o abraçando de volta, apertando os braços na sua cintura. O cacheado beijou o topo de sua cabeça. — Meu amor, eu não me expressei direito. Deus, eu nem sei o que dizer.

Oh my, I Remember Those Nights ➳ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora