Sempre sorri nas situações mais inoportunas,
enterros, velórios, brigas e circunstância importunas,
não porque eu desejasse no momento sorrir,
mas meu rosto não sabia qual feição assumir.
As lágrimas nunca souberam que podiam sair,
se acumulavam e afogavam tudo que eu viesse a sentir,
meu coração foi quebrado a sombra de um sorriso,
este que surgia no momento mais impreciso.
Mas encontrei minha libertação no som de um piano,
no lamento da guitarra, na voz do melancólico e do insano,
quando senti que essa melodia podia sua imagem remontar,
só então as lágrimas caíram e me permiti chorar.
Cada som tornava minha alma mais próxima da sua,
e encontrei sua melodia no lado escuro da lua,
para perdê-la sem ao menos alcançar sua notas,
voando para longe em um horizonte de gaivotas.
Mas pude compor pelo que nunca se realizou,
e te dedicar palavras que de mim você nunca imaginou,
Só então percebi que Nietzsche estava certo, sem exagero,
quando disse: "sem a música, a vida seria um erro".