Dormirei.

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Um dia que se acaba junto com o meu sorriso,

as luzes se apagam e só das cobertas eu preciso,

só então retiro essas cortinas que me escondem,

e o gélido lençol e minha pele se correspondem.


Desejo boa noite pras mágoas de minhas lembranças,

e as mãos da culpa agarram as inseguranças,

sei que minha consciência logo se desvanecerá,

e este coração cheio e acelerado se acalmará.


Meus olhos se fecham mas ainda posso ouvir,

os passos do sofrimento e o silêncio proferir,

vozes que se confundem e me procuram,

reverberam pelas paredes e assim perduram.


Meu corpo gelado aos poucos se esquenta,

e posso abraçar a doce melancolia cinzenta,

esperando que os pesadelos não me descubram,

e faça com que minhas tristezas cotidianas subam.


Me pergunto se alguém se sente como eu sinto,

e então meus sentidos desvanecem e pressinto,

o momento mais prazeroso do dia conturbado,

saber que em instantes ele estará acabado.




Amargas PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora