Capítulo 15

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Malia Hale

Eu estava tremendo. Era ela, era a minha mãe. Mesmo sabendo que era ela, minha ficha ainda não havia caído. Parei de tremer assim que eu senti uma mão, entrelaçar com a minha. Olho para o lado, e o loiro que estava com um belo machucado na bochecha, e leves hematomas. Sorriu, tentado me confortar.

— Então... Você a mãe dela? -Isaac diz, falando por mim.-

— Sou. -a mulher passava a mão na nuca e suspirava.- Olha eu posso explicar, se me der uma chance eu posso tentar explicar.

— Não. -digo e Isaac aperta mais a sua mão na minha.- Eu não quero escutar, já está claro que a senhora me abandonou.

— Malia. -o loiro se posicionou na minha frente, e fez que eu o olhasse.- Dá uma chance dela ao menos se explicar.

Suspiro e concordo com a cabeça. A mulher a qual dizia ser minha mãe, subiu na sua moto, e pediu que a seguissemos a mesma, até o lugar onde ela morava.

Chegamos em um lugar mais afastado da cidade, outras pessoas com a mesma jaqueta que a minha "mãe" usava, estavam apostos no portão de entrada. Assim que adentramos, vimos vários adolescentes pelo lugar, algumas famílias com seus filhos no colo.

— Chegamos. -disse a mulher morena, descendo de sua moto.- Bem vindos a Wolfsburg.

— Wolfsburg?! -Isaac arqueia a sombrancelha.-

— É, nome tosco, mas fazer oque, os antigos fundadores que deram o nome. -disse e ela deu de ombros.- Shawn!

— Eu. -disse, o garoto de pele morena que sorriu gentilmente para mim, e pude ver o Isaac revirando os olhos.-

— Erick está bem? Ele vem aprontando muito.

— Está sim senhora. Sabe como o seu filho é, ele é muito complicado.

— Filho?! -pergunto e a mulher a minha frente, deu um sorriso de lado.-

— Malia, o Erick é o seu irmão mais velho. -disse desviando seu olhar do meu.- Venha, entre em minha casa e eu vou explicar tudo.

Seguimos ela até uma casa de madeira toda branca, com as portas de janelas azuis. A mesma abriu a porta e me direcionou até a cozinha, e deu a Isaac e eu, uma xícara de café.

— Bom. Como você, claramente, deve saber. -diz como se fosse o óbvio.- Você foi adotada, e antes que você me julgue, eu quero que você escute os motivos que levei a fazer tal ato. -suspirou pesado.-

Isaac pegou em minha mão, e me olhou. E com aqueles olhos azuis, eu pude ganhar forças, para escutar qual fosse a explicação.

— Bom, meu nome é Corinne Tate Fisher. Eu era casada com Jhon Fisher, o seu pai. Bom nos primeiros anos de casamento, seu pai era um bom homem, nós nos amávamos muito. Ele fazia cartas de amor para mim. -percebo seus olhos marejados e ela mexia nos próprios dedos.- Tivemos o nosso primeiro filho, Erick, e com o nascimento dele, o nosso amor aumentava mais. Éramos uma família feliz, até os problemas começarem. Seu pai ficava muito nervoso com o trabalho, e acabamos nos mudando para cá, Wolfsburg, que é uma organização, nós ajudamos as pessoas, idosos que são abandonos pelos filhos, crianças de rua e pessoas que não tem para onde ir, nós acolhemos aqui.

"Mas continuando, seu pai foi o chefe disso aqui, e por más influências ele começou a beber e usar drogas. E eu sofria muito com isso, porque era muito para eu suportar, e brigávamos direto. Eu tinha um melhor amigo, Will Belmont, e eu sempre me lamentava para Will, ele que me ajudava a ter forças. Quando Erick tinha 2 anos, eu engravidei de você. Eu fiquei tão feliz que teria uma menininha, para eu poder cuidar. -lagrimas fora caindo de seus olhos.- No início Jhon ficou muito feliz, mas ao longo da gestação ele ficou estranho, e os homens que diziam ser "amigos" dele, começaram a implantar coisas na cabeça dele. Dizendo que eu traí ele e que você era filha de Will. Por diversas vezes, Jhon me pediu para abortar, mas eu não faria isso, nunca! Estava no final da gestação eu estava com 8 para 9 meses. Jhon me ameaçou, e me bateu algumas vezes, mesmo ainda grávida. Foi então que você nasceu, achei que com seu nascimento ele fosse mudar, mas não. -diz enxugando as lágrimas.- A teoria de você não ser filha dele, aumentava mais, por Will ficar sempre do meu lado, e me ajudar quando o seu pai não podia ou até mesmo, não queria."

—Foi então que uma tragédia aconteceu. Jhon matou o meu melhor amigo, Jhon matou Will a sangue frio. Seu pai disse que se eu não me "livrasse" de você, eu seria a próxima. Então o meu plano era te deixar no orfanato e quando a coisas acalmarem, eu fosse te buscar. Enfim, 2 meses depois, o seu pai morreu pelos homens que diziam ser seus amigos, por dever muito dinheiro. Então eu tomei a liderança desse lugar, ele é assim hoje graças ao meu esforço. Depois da morte de Jhon, eu fui atrás de você, para tê-la de volta, mas eu cheguei tarde, um casal já havia te adotado. E eu entendo se não quiser me perdoar.

— Eu te perdoo. -digo, e solto o choro que eu nem sabia estar segurando, vou até a mesma e a abraço e choramos juntas.-

— Eu sonhei tanto com isso minha filha. -diz colocando suas mãos em meu rosto e enxugando as minhas lágrimas.-

Amor por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora