Point 14: Cinco dias casados.

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Já havia escurecido em Jacksonville, o apartamento sendo tomado pelo reflexo das luzes ao nosso redor, a cidade brilhando a nossa volta.

Richard havia passado o dia todo na sala do piano com os meninos, enquanto eu aproveitada cada minuto na área da piscina. Voltei para dentro com uma marca que eu achei que jamais fosse ter.

Passar o dia na água e sem comer nada me deu fome. Muita fome. Após mandar uma mensagem a Clary perguntando por que raios ela não pediu para meus pais me ligarem no número do Richard, resolvi que era hora de pedir pizza.

Desci para o primeiro andar com meu short jeans, um sutiã preto e uma regata branca do Richard. Eu não tinha muito o que vestir.

— Vou pedir pizza, — anunciei, entrando na sala em que estavam — alguma recomendação ou pedido especial?

— Uma Coca-Cola bem gelada, por favor — implorou Chris, se jogando ao chão de joelhos e juntando as mãos.

— Calma, não é pra tanto. — Ri e fui até eles. — Uau. Vocês escreveram bastante. — Observei as folhas jogadas em cima do piano e no chão. Erick e Richard estavam sentados juntos em frente as teclas. — Conseguiram algo?

— Duas músicas — respondeu Erick, se virando para mim. — Também conseguimos descobrir que o Richard é um tarado.

Com a ofensa, Richard deu um tapa na nuca dele.

— Não, não. — Chris se levantando, arrumando a roupa. — A tarada é ela.

— Ai, pelo amor de Deus! — Richard se inclinou e deu um tapa na perna de Chris. — Calem a boca.

— Eu vou querer saber do que eles estão falando?

— Não. — Ele fechou o caderno que tinha no colo e se levantou. — Acho melhor pararmos por hoje, voltamos amanhã.

— Quando o Zabdiel e o Joel chegarem, as coisas vão voar. — Chris esfregou uma mão na outra, lançando uma para cima, como se fosse algo voando. — Mi amor, eu nem acredito que isso está acontecendo. Vamos comemorar.

— Com pizza — falei, levantando o celular.

— Exatamente! — Ele veio até mim, segurando meu rosto entre as mãos e dando um beijo estalado em minha bochecha.

Franzi a testa, vendo ele ir cantarolando para a sala.

Erick se levantou e saiu, deixando Richard e eu sozinhos. Atravessei o cômodo e fui até ele, o ajudando a recolher as folhas soltas.

— Por que estavam falando que somos dois tarados? — questionei, não aguentando a curiosidade.

— Por causa da segunda música que escrevemos. Ela é bem... Subliminar.

— Subliminar?! — Entreguei a ele as folhas e cruzei os braços, o encarando.

Richard colocou tudo no banco do piano e veio até mim, parando em minha frente e passando um dedo pela boca.

— Segundo o Christopher, que tem uma mente bem poluída, devo dizer, a música é sobre, hm, bem, sobre bater punheta.

Arregalei os olhos, cobrindo a boca com as mãos.

— E é? — O olhei, em dúvida se ficava chocada ou começava a rir. — Meu Deus, você não escreveu uma música disso. Me diz que não.

— Não escrevi! Ela só da a entender que seja.

— RICHARD! — Cobri o rosto, sentindo minhas bochechas queimarem. — Ai meu Deus.

— Não foi minha intenção. Quando vi, já tinha escrito alguns versos.

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