Especial

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20 de Julho de 2016.

Semana de provas era tenso para qualquer um, mas não pra mim que estava estudando sempre.

Embriologia era uma coisa legal, e não um bicho de sete cabeças – pelo menos não pra mim!

Fernanda, minha amiga e colega de classe, estava extremamente nervosa com a prova de amanhã. Dizia ela que estava confusa com algumas coisas e precisava que eu a ajudasse a chegar uma conclusão. Fora as provas eu tinha um resumo para entregar daqui dois dias e eu nem tinha começado.

Até que para quem não tinha o hábito de estudar, eu estava indo bem no meu primeiro ano de medicina.

Olho para o relógio e dava tempo de buscar Letícia no aeroporto e ir para a casa do meu pai. Estamos bem, agora que eu decidi fazer o que ele quer.

Antes resolvo dar uma passada na obra e ver Olívia, eu estava com saudades dela.

Fecho meu notebook e arrumo a mesa que estava espalhada de livros e cartões para que eu não esquecesse de nenhum detalhe da prova. Eu estava confiante, mas isso não me deixava menos nervoso.

Atendo meu telefone, era Letícia:

- Chego em vinte minutos e eu espero que você esteja na porta com os braços bem abertos esperando por mim.

- Está adiantada!

- Ou você que atrasou?

Ela tinha razão. A desculpa do 'só vou ler um capítulo' acabou me atrasando totalmente.

- Chego em dez minutos.

Não se eu dependesse do trânsito que estava caótico o Rio de Janeiro. Ainda mais que era fim de semana e as pessoas estavam indo para praia ou viajando para passar o final de semana em algum lugar.

No aeroporto encontro Letícia.

Estava sentada com suas diversas malas de rodinha, que com certeza deve ter passado o rodo nas lojas de Paris nessas duas semanas. Mas eu estava com saudades. E essas semanas fizeram bem para ela, estava com os cabelos cor de rosa nas pontas e loira. Definitivamente tudo ficava bem naquela garota.

- Boa tarde, pensei que nunca mais iria chegar! – diz se levantando com a cara emburrada.

- Eu cheguei, não cheguei?

Dou um abraço forte naquela magrela:

- Você não come em Paris?

- Estava ocupada demais entrando e saindo das lojas. – diz revirando os olhos. – Me ajude com as malas, por favor... Tenho presentes para você e Olivia.

Ela e Olivia eram unha e carne. As duas eram melhores amigas, independente das diferenças de idade elas se davam muito bem. Era bom que Letícia tivesse alguém para conversar, e o jeito de Olivia – fechado e recatado – colocava um pouco de juízo na cabeça dela.

- E o doutor Rodrigo?

- Ele está bem. Feliz que você esteja de volta.

Ela sorri.

Tenho certeza que ela estava ansiosa para vê-lo.

Eu vou te levar em casa, mas tenho que passar na obra pra buscar Olivia.

- Ah, Olivia... Eu estou com saudades dela também!

- E ela também. Vocês ainda tiveram contato quando você foi para Paris?

- Claro que sim! Eu e ela não conseguimos ficar sem nos falar por muito tempo.

Abro o porta-malas e ela me ajuda a colocar as coisas lá dentro. Malas pesadíssimas e com certeza ela deve ter pagado uma boa grana para colocar essas malas no avião.

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